Depois de ser altamente premiada nas principais premiações dos últimos anos, The White Lotus voltou com um público bem maior e atento ao que essa nova temporada viria a proporcionar. Notei bastante críticas negativas do público durante essas semanas por dizerem que não acontece nada. Já de cara, tenho que discordar enfaticamente. Ela mantém o nível desenvolvendo muito bem os personagens e fechando com um final de temporada daqueles que rapidamente se tornam inesquecíveis. O selo premium de qualidade da HBO permanece e digo que foi uma ótima temporada.
Sinopse
A terceira temporada de The White Lotus nos transporta para a Tailândia, em um novo e luxuoso resort da rede, onde acompanhamos um novo grupo de hóspedes abastados e seus funcionários locais. Mergulhamos em dinâmicas de poder, segredos obscuros e tensões latentes que borbulham sob a superfície paradisíaca. À medida que a semana avança, as máscaras sociais caem, revelando as complexidades e os vícios de cada indivíduo, culminando inevitavelmente em eventos chocantes e com consequências duradouras, fiéis ao estilo provocador e satírico da série.
Benefícios de uma série antológica
Por The White Lotus ser antológica, consegue nos colocar em lugares diferentes do mundo a cada temporada. Não apenas isso, como novos personagens podem ter suas histórias contadas e fechadas nesse único ciclo. Agora, estamos na Tailândia e aproveitando tudo o que o local pode oferecer. A cultura se destaca através da excelente fotografia da tela, mesmo que acompanhemos mais a vida dos ricos do que dos pobres dessa região. Mas essa crítica a vida fútil se faz presente desde a sua 1º temporada e aqui ela continua da forma mais ácida possível.
Roteiro brilhante
Toda essa superficialidade é vista em cada um dos personagens. Em cada núcleo podemos observar a máscara social e como as relações íntimas expõem a hipocrisia de cada um até o talo. O roteiro é brilhante em relação a isso. O texto que faz transbordar todas as camadas dos personagens não se apressa. Faz devagar e nos momentos certos. Logo, entendemos avidamente o comportamento e as decisões tomadas de cada um. Até da mais imbecil à mais lógica e racional. Em torno disso ainda consegue fazer crescer um clima de mistério e suspense que explode no final de temporada, que desde já, considero um dos mais brilhantes e chocantes dos últimos tempos.
Alto valor de produção
Como disse lá em cima, essa é uma série premium e agora confirmo que é em todos os quesitos. A produção não poupa dinheiro e vemos um valor de produção gigantesco. A direção é excelente, a fotografia é magistral e as atuações são de um nível real de premiação. O único ponto fraco (que nem é para tanto assim) é a trilha sonora, que caiu um pouco em relação a temporada passada, e mesmo assim ela continua embalando de forma genial todo o ritmo. Sobre as atuações ainda é preciso destacar toda a química envolvida entre seus respectivos núcleos. Todos estão muito bem, e junto com esse roteiro banhado a ouro, não há como dizer algo ruim sobre ele.
Conclusão
The White Lotus possui diversas camadas que gostaria de comentar, mas ficaria um texto gigantesco. Queria esmiuçar cada núcleo e traçar como foi a jornada do ponto A até o ponto B de cada um. As mortes dessa temporada me impactaram bastante, em um nível tão dramático que podem ser comparadas às grandes tragédias gregas, repletas de revelações e com o destino batendo à porta . Ainda assim, ela possui muito humor. Essa mescla acaba sendo seu ponto forte. Nota 10 e fica a minha total recomendação. Que venha logo a 4º temporada e continuo torcendo para que a próxima seja passada no Brasil.
As 3 temporadas de The White Lotus se encontram completas na Max..