Se você um dia for fazer um filme de máfia só há um homem a chamar: Robert De Niro. Ele possui uma lista enorme de trabalhos no gênero. Aqui, em The Alto Knights: Máfia e Poder conseguiram ir além disso e escalaram o ator para os dois papeis principais. Tanto Frank Costello e Vito Genovese são protagonizados pelo ator. Embora as atuações sejam brilhantes, me pergunto o porquê disso. Confesso ter ficado confuso por um tempo sobre quem é quem. Cheguei a me fazer a seguinte pergunta: “por que ele mesmo mandou se matar?”. Pois é, devaneios por cair em um longa em que eu não sabia nada sobre. Tá faltando ator para interpretar mafioso? Depois dessa pequena catarse, devo dizer que o longa, por vezes, é tão confuso quanto esse meu erro honesto.
Sinopse
O filme acompanha a disputa pelo controle das ruas de Nova Yorque por dois dos mais notórios chefes do crime organizado da cidade, Frank Costello (Robert De Niro) e Vito Genovese (Robert De Niro). Outrora melhores amigos, ciúmes mesquinhos e uma série de traições os colocam num rota de colisão fatal que vai transformar a Máfia (e a América) para sempre. Enquanto Frank é benevolente e busca uma vida diferente, apesar de seus esquemas fraudulentos, Vito é o típico gângster de pavio curto que confia em poucos e que vive a regra das ruas.
Uma explicação a mais sobre a Máfia faz falta
Essa história é baseada em fatos reais e começa exatamente quando Vito manda matar o seu amigo Frank no ano de 1957. O assassinato não dá certo e, assim aos poucos, vamos entendendo como a situação chegou a esse grau de ódio. O primeiro problema que identifiquei é justamente não explicarem como a máfia funciona. A falta de uma didática rápida vinda do roteiro poderia ter resolvido isso tudo. Para quem já viu outras obras do tipo, consegue entender, mas quem caiu de paraquedas vai boiar por muito tempo. Ainda mais que as coisas acontecem bem rápidas e por muitas vezes certas explicações com muitos nomes chegam e vão embora. Se não entendeu, perdeu. Basta aceitar.
A história me soou muito trincada
Considero Barry Levinson (Rain Man) um bom diretor. Inclusive, em seu filme Bugsy (1991), já havia colocado Frank Castello e Vito Genovese na história. Agora, ele resolveu desenrolar essa história maior. Embora não ache sua direção ruim aqui, por muitas vezes achei as coisas meio confusas e lentas. Talvez também tenha sido um problema de roteiro. Esperei o desenrolar dos fatos de uma forma que fosse entreter mais, mas não tive isso. Achei a história interessante, mas senti que estava vendo um documentário e não uma obra de ficção que buscasse me divertir. Isso se reflete muito no ato final. Quando pensei que iria acontecer algo realmente grande, não acontece. Quer dizer, acontece, mas não com o afinco que eu esperava.
A história da Máfia
Frank e Vito estão no centro da história, mas acabei sentindo que esse filme não é exatamente sobre eles. A guerra entre eles desencadeia um evento que é apenas pincelado e informado nos momentos finais do longa. Acaba que toda a birra de Vito com Frank se desvanece no ato final. Por mais que Vito desconfiasse de seu antigo amigo, ele não viu o que Frank fez e ficou por isso mesmo. Por outro lado, Frank dá uma cartada magistral para acabar com Vito, por mais que isso levasse toda uma cultura organizada por debaixo dos panos das autoridades norte-americanas para a visibilidade pública. Ótimo, mas não senti o peso e nem um mínimo de catarse por tal ato.
Conclusão
The Alto Knights: Máfia e Poder é um bom filme, mas não conseguiu tirar nenhuma emoção de mim. O sentimento blasé veio forte e ainda não foi embora. Robert De Niro (O Poderoso Chefão II) é um ótimo ator e ele interpreta os dois protagonistas de forma magistral. Nasceu pra fazer mafioso e ele faz isso como ninguém. Mas precisava ele fazer os dois? Isso também não me desceu muito. Ainda em tempo, Alto Knights é o clube em que Frank e Vito se reuniam quando ainda eram jovens e como acabaram entrando na máfia.
The Alto Knights: Máfia e Poder estreou nos cinemas em 20 de março.
