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Segundas Intenções, uma série sem charme e sem sal

O filme Segundas Intenções de 1999 não é muito lembrado nos dias de hoje, mas considero um clássico adolescente da época. Antes disso, em 1988, também temos Ligações Perigosas estrelado por Glenn Close (Atração Fatal), John Malkovich (Quero Ser John Malkovich) e Michelle Pfeiffer (Mentes Perigosas), que conta a mesma história como um filme de época. Agora, temos essa história sendo contada em formato de série produzida pela Prime Video. Ela possui a energia do longa de 1999. Tem seus momentos bons e ruins, mas a verdade é que não possui metade do charme de seus antecessores.

Sinopse

A trama se desenrola no Manchester College, uma prestigiada universidade em Washington, D.C., onde a reputação é tudo e as fraternidades dominam. Os meio-irmãos Caroline Merteuil (Sarah Catherine Hook) e Lucien Belmont (Zac Burgess), protagonistas da série, farão de tudo para manter seu status no topo da hierarquia social. Quando um trote ameaça desmoronar o poder que construíram, eles não hesitam em manipular a filha do vice-presidente dos Estados Unidos, Annie Grover (Savannah Lee Smith), para proteger seus segredos.

Uma legítima série adolescente

Quando terminei o 1º episódio de Segundas Intenções tive aquela sensação de estar vendo uma série da CW, que consiste em ter só pessoas bonitas e um conteúdo um tanto superficial. A trama em si corre bem lentamente e não temos um clímax catártico capaz de dar uma lição em nossa querida vilã, Caroline Merteuil. Posso dizer que ela fez as maldades que quis e saiu por cima de tudo. O meu problema é ter que esperar uma provável 2º temporada, que ainda não está garantida, para ver esse filhote de coisa ruim se dar mal.

Fraternidades gregas

Seu clima é todo de série bem adolescente e tem certas coisas difíceis de aturar. O que mais me irrita nessas tradicionais faculdades norte-americanas são essas fraternidades que possuem nomes com o alfabeto grego (alfa, beta, gama, zetha). Uma bobeira para segregar pessoas dentro de uma instituição em que era para estar todo mundo de igual para igual. Para essas pessoas, só o status importa e não vemos ninguém sequer pegar em um livro para estudar. Somente é mostrado o status, festas, sexo e poder. A manipulação é a maior arma empregada aqui e só o que vemos são pessoas imbuídas de maldade para se dar bem em cima do mais fraco.

Personagens insossos

Sobre os personagens, a maioria soa imensamente insossa. Poucos se destacam. Zac Burgess (Garoto Devora Universo) que faz nosso vilão bonzinho não me convence como o grande partido dessa faculdade. Magro e com uma cabeleireira que parece estar nos anos 80 não me passa a credibilidade de conquistar todas as mulheres que ele quer. Nem mulheres mais velhas, nem as novinhas e muito menos sua madrasta. No meio de atuações bem fracas, a única que se destacou positivamente para mim foi a Cece, interpretada por Sara Silva (The Brink Of). Ela é tanto maluca quanto competente em tudo o que faz e aos poucos vamos conhecendo mais dela a ponto de ficarmos do lado dela para tudo o que vier. De longe, foi minha personagem preferida.

Conclusão

Segundas Intenções poderia render algo muito melhor do que vi por aqui. Não acho que seja um desastre total, porém, faltou charme e muito sal. Não tive dificuldade de assisti-la, mas a trama principal demora demais para se desenrolar e algumas tramas paralelas são um pouco desinteressantes. A nossa protagonista heroína, Annie Grover (Savannah Lee Smith), é bobinha demais perto de nossos vilões e parece que não há nada que os impeça de fazer o mal, a não ser um ao outro. O problema é que isso foi deixado para uma futura temporada. O texto é bobo, deixa as pessoas burras e parece que só existe os vilões que pensam e são bem mais inteligentes que os outros. Dito tudo isso, quero ver como continuará.

A 1º temporada de Segundas Intenções se encontra completa na Prime Video.

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