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Resenha: Uma Noite em Miami

Uma Noite em Miami é um filme dirigido por Regina King que é conhecida mais por suas atuações em filmes como ‘Se a Rua Beale Falasse’ e ‘Ray’ e também em séries como ‘Watchmen’ e ‘The Leftovers’. Ele conseguiu 3 indicações ao Oscar nas seguintes categorias: Melhor Ator Coadjuvante para Leslie Odom Jr., Melhor Canção Original (“Speak Now”) e Melhor Roteiro Adaptado. Diria que merecia até mais indicações, mas o reconhecimento para esse filme incrível está aí e merece ser conferido.

Sinopse: “Uma Noite em Miami é o relato fictício de uma noite incrível onde os ícones Muhammad Ali (Eli Goree), Malcolm X (Kingsley Ben-Adir), Sam Cooke (Leslie Odom Jr.) e Jim Brown (Aldis Hodge) se reúnem e discutem seus papéis na luta pelos direitos civis e na revolução cultural dos anos 1960.”

Esse longa é baseado em uma peça com o mesmo nome roteirizado por Ken Powers (Soul) que não por coincidência também é o roteirista desse filme. Saber dessa informação me deu um ar de decepção porque eu queria que esse encontro tivesse sido real. Quatro lendas da história norte-americana em um quarto de hotel discutindo direitos civis e o propósito de cada um na sociedade. Temas delicados e de extrema importância são discutidos ao longo de 1h54m sem parecer cansativo e nem um pouco desinteressante.

O roteiro e direção têm todo o mérito aqui. Diria que beira a perfeição, mas corro o risco de soar exagerado. Deixando esse medo de lado devo enaltecer tudo nele. O seu ritmo nunca soa entediante e olha que estamos falando de um longa que basicamente tem apenas um cenário, com um ou outro momento saindo do quarto. O cerne da história ocorre ali e vemos o desespero de Malcom X de conseguir que seus amigos também entrem na luta pelos direitos civis como ele faz. Vivendo em uma eterna paranoia de que em breve alguém irá assassiná-lo. Isso é história.

Malcom X, que para mim, é o centro da história. Apesar de vermos a aclamação de Cassius Clay (futuramente Muhammed Ali após se converter ai islamismo) como o maior boxeador do mundo, ainda acho que toda a história provém dele. Todos os outros querem comemorar a vitória do amigo, mas ele quer que eles fiquem no quarto e que debatam em cima de reflexões. Todos eles são respeitados mas que ainda sofrem o preconceito ferrenho do homem branco e acha que nenhum deles será pleno se não se engajarem na mesma luta que ele. Reflexão, essa, que bate forte em Sam Cooke, e que podemos ver um direcionamento musical dele ao final. O que se observa é que nenhum deles está fazendo nada errado, mas que poderia fazer bem mais para si e para o seu povo. Fica a cada um digerir como achar melhor e saber que não existe um lado certo.

O trabalho de atuação de todos eles é incrível. Não teve um que me parecesse mais fraco que o outro. Todos tem o holofote em cima em seus momentos cruciais e reveladores. Mérito individual e coletivo de cada um deles. Acreditamos que todos eles são amigos há bastante tempo e que cada um é o seu próprio alter ego na vida real. Brilhantismo captado em cada frame passado na projeção. Gostei tanto que queria ver mais disso.

Achei o filme simples e brilhante. Ele nem tem a ambição de ser grande. Acho que seu maior destaque é atuação e roteiro, o que já é o suficiente para ser algo que mereça ser visto e apreciado. Ele corre o risco de parecer monótono aos mais desavisados e aos mais ansiosos, mas acredite, é um bom filme para ao que se propõe. Nesse caso ele levaria uma nota máxima por fazer o seu melhor que é fazer refletir sobre o papel de cada um no mundo.

Uma Noite em Miami se encontra no catálogo da Amazon Prime Video.

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