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Resenha: Relatos do Mundo

Relatos do Mundo é o mais novo filme estrelado por Tom Hanks e dirigido por Paul Greengrass. Ele é um filme da Universal Pictures que originalmente era pra estrear nos cinemas. Devido a pandemia, foi comprado pela Netflix para passar em seu serviço. Escolha acertada pelo momento em que vivemos. Conseguiu também 4 indicações ao Oscar desse ano. Entre elas foi indicado para Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Design de Produção e Melhor Som. Embora ele tenha sido feito para ser um grande épico, acabou sendo um longa mediano que pode agradar uma boa parcela dos cinéfilos.

Sinopse: “Em Relatos do Mundo, no ano de 1870, o Capitão Jefferson Kyle Kidd, um viúvo que já lutou em duas guerras, viaja através do Texas oferecendo notícias do mundo para as pessoas, apesar dos jornais estarem se tornando cada vez mais acessíveis. Ele aceita uma proposta para levar uma menina de 10 anos, Johanna, até seus familiares. Criada pela tribo Kiowa, ela não conhece sua família e tem um comportamento hostil com as pessoas ao seu redor, mas acaba criando um vínculo com Kidd, forçando os dois a lidarem com as difíceis escolhas sobre o futuro.”

O filme tem todo aquele escopo para ser um filme épico, memorável e capaz de nos fazer chorar no final. Não foi o resultado final que teve em mim. Admiro perfeitamente todo os detalhes técnicos aqui envolvidos, mas me faltou o principal para o que ele se dispõe: emoção. A falta desse detalhe acaba deixando ele sem alma parecendo qualquer coisa. Olha que a sua longa-metragem dá tempo para se aprofundar nesse relacionamento entre os dois protagonistas. Ainda assim achei o desfecho forçado e que de alguma forma também achei errado. Temos um final feliz que me soou um pouco estranho.

A alma do longa é a relação entre os dois personagens principais. Aquele eterno homem que não se importa com uma criança, mas que aos poucos vai sendo conquistado por ela até perceber que ele é que tem que protegê-la. Aponto como uma das falhas de aproximação o fato da menina não falar a mesma língua do protagonista. Isso deixa a aproximação e a ternura mais difícil de ser alcançada. Eles passam por muitos perigos juntos até o seu ponto final, e ainda assim achei que um vínculo entre os dois não tinha sido forjado. Isso era um ponto essencial para que o final fosse perfeito, mas que ao meu ver, falhou.

O mérito de atuação do Tom Hanks (Náufrago) nunca será avaliado como ponto negativo. Ele sempre dá o seu melhor e é maravilhoso vê-lo em cena, sempre sinto um quentinho no coração quando vejo algo dele. A jovem atriz alemã Helena Zengel (Transtorno Explosivo) é uma fofa e consegue passar perfeitamente as atitudes de uma então selvagem perante ao mundo civilizado da época, embora não fosse tão civilizado assim. Os dois fazem o seu feijão com o arroz e não comprometem.

No meu ver a falha no ritmo e nessa falta de conexão entre os dois recai sobre o diretor Paul Greengrass (da franquia Bourne). Me dói muito dizer isso, pois eu sou um grande fã dele e sempre gosto do rumo que ele leva sua direção, mas essa minha falta de empatia recai sobre ele. Faltou aquele momento de ligação entre os dois. Um momento de união complacente e recíproca entre eles, daquelas que faz você pensar em voz alta: “só aceito se os dois acabarem juntos como uma nova família”.

Fazer uma resenha é sempre algo muito pessoal. Qualquer um pode simplesmente discordar com tudo que falei e que teve esse sentimento sim. A essas pessoas eu digo “ainda bem”, pois certamente conseguiu curtir e amar sem nenhum porém. Afirmo que a jornada é legal e que os aspectos técnicos são perfeitos, mas que infelizmente me falharam na emoção. Apesar desse detalhe eu recomendo que vejam para tirar suas próprias conclusões.

Relatos do Mundo se encontra na Netflix.

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