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Resenha: O Legado de Júpiter – Temporada 1 (e única)

O Legado da Júpiter é uma série da Netflix baseada nos quadrinhos criados por Mark Millar e desenhado por Frank Quitely. Ela faz parte do Millarworld, empresa de quadrinhos criada em 2004 pelo próprio Mark Millar. Entre os títulos mais famosos, que inclusive já viraram filme, temos Kick-Ass e Kingsman. Em 2017, a Netflix adquiriu os direitos da empresa e desde então vem trabalhando na concepção de seus vindouros produtos. O Legado de Júpiter vem a ser o primeiro projeto da parceria entre as duas empresas.

Sinopse: “Depois de quase um século mantendo a humanidade segura, a primeira geração de super-heróis do mundo deve confiar nos seus filhos para continuar o legado. Mas as tensões aumentam à medida que os jovens super-heróis, famintos por provar seu valor, lutam para viver de acordo com a lendária reputação pública de seus pais – e exigentes padrões pessoais.”

O gênero de super-heróis está tão em voga hoje em dia que comparações com séries como The Boys e Invencível são inevitáveis. Ela até nos dá uma nova ótica sobre o assunto, mas o problema é que ela enrola demais a chegar do ponto A até o ponto B. A maior semelhança com as séries citadas talvez seja a violência e para por aí. Os dilemas morais de um super-herói vira um dos temas principais da trama. Um herói deve matar ou não? E se for uma situação de vida ou morte? O Código moral tem que permanecer o mesmo para sempre ou pode haver espaço para mudanças?

Para mim esse foi o melhor assunto discutido nessa série. O embate de gerações é bem vinda, mas mesmo assim foi pouco explorado. Muito é falado, mas pouco acontece. Achei o seu início maravilhoso e no decorrer da série me fez parecer que nada acontecia. As coisas começavam de um jeito e terminavam do mesmo jeito sem haver nenhum tipo de evolução por parte de ninguém. Apenas no último episódio vemos que a trama anda com um excelente plot twist em que os mais espertos já poderiam ter antecipado esse momento.

Não li os quadrinhos, mas fui atrás de saber um pouco mais sobre eles. Fiquei muito triste com o fato de que tem um acontecimento muito maior que já era para ter acontecido e que não ocorreu. A escolha de ter deixado tal fato para depois pode ter condenado a série em si. Ela possuirá apenas essa temporada, pois foi cancelada e com isso ficaremos sem saber os desdobramentos vistos nos momentos finais do último episódio. Essa escolha criativa de deixar para depois acabou condenando uma história que tinha um potencial para ser bem melhor.

Ela não é horrível, mas pode cansar com a falta de evolução dos personagens. A alternância entre presente e passado pareceu que culminaria em um evento que ligava as duas épocas, mas não. Essa mudança de época também prejudicou um pouco o andamento dela como um todo. Não dava para ficar interessado nessas duas linhas do tempo simultaneamente. Algumas pistas são dadas no passado, mas a verdade é que não influencia quase em nada os acontecimentos atuais. É como se fossem duas séries distintas em uma só.

É uma pena que algo que poderia ser tão legal foi desperdiçado. Várias mudanças poderiam ser feitas para temporadas posteriores, mas infelizmente nem essa oportunidade terão. Péssimas escolhas narrativas e criativas junto com um baixo orçamento visível em diversas cenas fizeram com que esse navio naufragasse sem ter tempo para redenção. Fico realmente triste, pois eu conseguia ver um potencial enorme dela. Com algumas mudanças ela poderia ser um grande hit.

O Legado de Júpiter se encontra no catálogo da Netflix.

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