A princípio Invencível é só mais uma série de super-heróis, mas quando menos notarmos, estaremos impactados com tudo o que acontece nela. A série é baseada nos quadrinhos de mesmo nome, lançada pela Image Comics em 2003 e criada por Robert Kirkman. Ele também é o criador de The Walking Dead. Extraia toda a violência gráfica da série de zumbis e transporte para uma série de super-heróis. O resultado final é digno de algo muito bom e grandioso.
Sinopse: “Mark Grayson, (Steven Yeun), tem 17 anos, é como qualquer outro cara de sua idade, salvo o detalhe de que seu pai é o super-herói mais poderoso do planeta. “
Eu tinha ouvido falar muito bem dela antes de começar a vê-la. Ficava me perguntando como uma série animada de heróis traria algo de novo o suficiente para me pegar. Apesar de ser um gênero que já começa a cansar o grande público, ainda dá pra extrair coisas novas e boas dele. A melhor forma no momento de fazer isso é através da subversão. A série The Boys já começou fazendo isso, mas ali, todos os ditos heróis não valem nada. Eles são ruins e interesseiros. Em Invencível eles são bons, lutam por uma boa causa, mas não contavam que o mais poderoso deles fosse se virar contra eles.
Um outro lado positivo que vejo nela é o fato de os heróis serem muito falhos e que pessoas morreriam sim em caso de ataque de super-vilões. As pessoas morrem e não morrem pouco. Até mesmo quando ele tenta salvar alguém, acaba as prejudicando também. E o Invencível falha, não só uma vez, como várias. Ele falha à nível de se sentir um inútil e querer desistir dessa vida. As suas falhas servem para o seu amadurecimento até o momento em que ele se dá conta de que o mundo precisa dele mais do que nunca.
Apesar de toda essa responsabilidade que vai ganhando, ele ainda é um adolescente normal. Ele vai pra escola, ele tem uma namorada e tem amigos. Essa vibe em certos momentos acaba sendo um pouco prejudicial para o ritmo da série. Nós fomos colocados em uma expectativa do que está por vir que quando somos levados a esses momentos mais intimistas acabamos achando um pouco encheção de linguiça. Queremos para ontem a resolução da grande questão que a série nos mostra no final do 1º episódio.
A escolha de fazer uma animação em vez de uma produção live-action no meu ver foi bastante acertada. Os desenhos em si são até bastante simples lembrando muito os desenhos da Liga da Justiça. Por sinal, os Guardiões Globais são todos baseados nos maiores heróis da DC. Essa escolha criativa pela animação se dá principalmente nos momentos de batalha e aí percebemos o quão caro a série seria se optassem por filmar com pessoas reais. Como fariam aquela cena do metrô? Não haveria groselha no mundo que ajudasse a recriar esse momento. No final, uma animação sairia mais barato e ainda tem o fato de estarmos em uma epidemia.
No geral, ela tem alguns problemas. Entre eles posso citar o problema de uma barriga ali pelo meio e a duração dos episódios que são muito grandes para uma animação episódica. Eles possuem em média 45 minutos, talvez se tivesse apenas 30, as coisas sairiam melhores. São problemas mas que não afetam o seu resultado final. A série é incrível, violenta, inacreditável e maravilhosa. Recomendo muito uma conferida nela. Tenho certeza que os acontecimentos do final do 1º episódio vão te deixar de boca aberta e vai fazer com que veja todos de uma vez logo.
Vale mencionar rapidamente o elenco de vozes que conta com nomes como Steve Yeun (The Walking Dead), Sandra Oh (Grey’s Anatomy), J. K. Simmons (Whiplash: Em Busca da Perfeição), Zazie Beetz (Deadpool 2), Walton Goggins (Os Oito Odiados), Zachary Quinto (Star Trek), Andrew Rannells (Um Pequeno Favor), Mark Hamill (Star Wars), Clancy Brown (Tropas Estelares), Seth Rogen (Segurando as Pontas), Jon Hamm (Mad Men), Mahershala Ali (Green Book), entre outros vários atores de prestígio.
Invencível se encontra na Prime Video e uma 2º e 3º temporadas já estão confirmadas.
