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Resenha: A Lenda de Candyman

O Mistério de Candyman de 1992 me traumatizou um pouco. Não tinha idade para ver, mas vi e ficava com medo de falar Candyman 5 vezes na frente do espelho. Depois a gente se pergunta porque alguém falaria isso em um filme. Eu teria morrido. Brincadeiras a parte eu o revi recentemente e ele ainda é um filme bem legal, apesar de algumas coisas terem ficado datadas. A Lenda de Candyman é uma continuação direta e após 29 anos vemos algumas consequências do longa original.

Sinopse: Um jovem artista cria uma exposição sobre Candyman, uma criatura maligna que, segundo as lendas, pode ser invocada diante de um espelho. Aos poucos, o fascínio do rapaz pelo monstro o joga em uma trama de mistérios, sangue e morte.”

Embora digam que ele seja um filme de terror, não o considero assim. Temos algumas passagens violentas, bem dignas do gênero, mas não consegui vê-lo dessa forma. Candyman nesse novo filme é visto como uma grande lenda urbana, mas os antigos moradores de Cabrini Green se lembram do que aconteceu no passado. Apesar da personagem da Helen Lyle, vivida por Virginia Madsen (Sideways; Entre Umas e Outras) no original, não aparecer aqui, ela também é absorvida à lenda e coisas são ditas sobre os acontecimentos do primeiro longa.

Dessa vez nosso protagonista é o Anthony McCoy, vivido por Yahya Abdul-Mateen II (Aquaman). Um artista que em busca de inspiração vai atrás de saber mais sobre o Candyman. É aí que as coisas começam a dar errado, principalmente em sua vida pessoal. Acontecimentos estranhos começam a rodeá-lo e a certeza de realidade e sonhos começam a ficar confusas sobre o que é o que. Algumas revelações serão feitas e um ciclo volta a se formar. Essas pequenas surpresas deixarão os fãs da franquia muito felizes.

Um assunto que é tocado aqui é o racismo. Isso engradece muito a história e se torna o fio condutor para entender todo o ciclo de ódio e motivações do próprio personagem do título, mesmo que ela fique de certo modo no background da história. A realidade cruel é mostrada e o uso de força desproporcional pela polícia nos traz uma verdade que é pior do que a ameaça de Candyman. Esse fato me deixou até em dúvida na parte final se Candyman seria um vilão ou um herói no fim das contas. A necessidade da lenda existir de certo modo é um bem para a comunidade de Cabrini Green? Confesso que fiquei um pouco perdido nesse momento, mas a aura heroica e vingativa que nos é imposto ao final nos dá um ar catártico de satisfação.

Achei um bom filme. Ele tem espaço para pensarmos e também apenas para nos divertir sem ter que ir longe demais. Ele acaba de um modo em que continuações futuras se tornam algo bem plausível. A lenda se faz verdadeira e necessária. Ver algumas mortes merecedoras do gênero nos traz uma alegria interior em que nos faz querer que tenhamos logo mais um longa da franquia. É só querer. Uma nova história foi criada e agora é só continuar com ela.

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