Desde o início da minha adolescência eu sou um fanático por O Senhor dos Anéis. Na época li todos os livros que estavam disponíveis e discutia com amigos todo o lore desses livros. O tempo passou e fui deixando isso um pouco de lado, mas o amor pela obra nunca largou o meu coração. Helm Mão-de-Martelo é citado nos livros, mas sua história nunca foi detalhada de fato. A única coisa que sabemos com detalhes é que o Abismo de Helm, lugar onde ocorre o clímax de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (segundo longa da trilogia de Peter Jackson), foi batizado com esse nome devido a esse rei de Rohan. Antes Forte da Trombeta, agora Abismo de Helm. O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim traz uma aventura inédita onde vemos os desdobramentos enfrentados por esse rei e seus filhos para preservar a vida dos cidadãos de Rohan.
Sinopse
Ambientado 183 anos antes dos eventos narrados na trilogia original de filmes, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim conta o destino da Casa de Helm Mão-de-Martelo (Brian Cox), o lendário nono Rei de Rohan. Um ataque repentino de Wulf (Luca Pasqualino), inteligente e implacável lorde Dunlending, em busca de vingança pela morte de seu pai, obriga Helm e seu povo a uma última e ousada estratégia, buscando refúgio na antiga fortaleza de Hornburg – que mais tarde será conhecida como o Abismo de Helm. Em uma posição cada vez mais desesperadora, Hera (Gaia Wise), a filha de Helm, deve se armar de coragem para liderar a resistência contra um inimigo mortal disposto a destruir tudo e todos que encontrar em seu caminho.
Perfeito para os fãs
Considero esse longa animado um presente para os fãs da saga. É uma história inédita criada baseada em algumas informações deixadas pelo livro. O seu início é de arrepiar, pois já começamos com a voz de Miranda Otto (O Mundo Sombrio de Sabrina), a Éowyn da trilogia de Peter Jackson, narrando essa nova história ao lado da música tema dos Rohirrim composta por Howard Shore também na trilogia de Peter Jackson. Um quentinho bate no coração e imediatamente somos transportados a Terra-Média em um tempo em que não sabemos de quase nada.
Uma boa animação, mas com alguns problemas
O seu estilo de animação, inicialmente, é muito boa e mostra uma fluidez linda, porém, em muitos momentos ela se mostra meio dura, um pouco truncada. Como se tivessem dado muito tempo e dinheiro para os momentos importantes e em outros que não precisavam de tanto faziam algo mais rápido e com menos qualidade. A direção de Keni Kamiyama (Ghost in the Shell: SAC_2045) é bastante competente e consegue criar cenas incríveis que me deixaram bastante empolgado. Fiquei querendo uma versão live-action. Seria tão épico quanto. Como animação ele faz o seu melhor.
Uma barriga do meio para o final pode incomodar
O filme em si nos dá ótimos momentos, mas também nos dá uma barriga que chegou a me cansar um pouco. Principalmente quando eles já estão confinados dentro do Abismo de Helm. Nesse momento, senti que se esticou demais e ficou um pouco monótono. Sei que precisavam passar a sensação de meses ali dentro junto com o sentimento de morte que espreitava por eles. Mas acho que foi demais. Esse foi um dos meus problemas com o longa.
Uma dose de fantasia
A saga de O Senhor dos Anéis também é fundada em cima de muita fantasia. Embora não tenhamos nenhuma criatura mágica por aqui, usar esse artifício foi muito bem-vindo. O destino de Helm Mão-de-Martelo é sensacional. Usar isso para se criar uma lenda sobre um grande feito é magistral. Esse detalhe que são talhadas em canções que com o passar do tempo deixam um personagem com o status de legendário. Uma ótima sacada, mesmo que nós não acreditemos no que aconteceu.
Conclusão
O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim me agradou, porém, me fez sair da sala de cinema com um certo tipo de incômodo. Até agora não sei dizer do que provém esse sentimento. O fato de termos muitas situações parecidas com as que vimos em As Duas Torres (2022) pode ter causado esse efeito em mim. Uma repetição de momentos já classificados como clássico pode tê-lo tornado um pouco cansativo, além da barriga da qual reclamei mais para cima. Mesmo assim, ele me agradou e me fez sair com um sentimento de que vi algo feito com carinho e com amor para os fãs.
O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim estreia em 05 de dezembro nos cinemas.