fbpx
Guia Mundo Moderno

O Conde de Monte Cristo, uma excelente nova versão do clássico de Alexandre Dumas

Eu virei um grande fã de O Conde de Monte Cristo graças a produção de 2002 estrelada por Jim Caviezel (A Paixão de Cristo) e Guy Pearce (Amnésia). Uma história de injustiça e vingança que me marcou demais na época. Agora, temos uma versão francesa e conterrânea do autor da obra, Alexandre Dumas (1802 – 1870), que lançou a história como um folhetim em 3 partes durante os anos de 1844 e 1846. Essa versão que vai ao cinema teve o maior orçamento do ano de 2024 para um filme francês e fez um grande sucesso por lá tendo sua estreia no Festival de Cannes desse ano, mesmo que não fizesse parte da mostra competitiva. Já adianto que é uma ótima história que nos deixa presos na cadeira.

Sinopse

Edmond Dantès (Pierre Niney) é um jovem marinheiro que sofre uma injustiça no dia de seu casamento, e é preso devido a uma enorme conspiração contra ele organizada por pessoas próximas e invejosas. Ele fica 14 anos na prisão, e nesse tempo conhece um outro prisioneiro. Juntos bolam um plano para escaparem de Château d’If (a prisão) após o novo amigo dizer a localização exata de um tesouro perdido. Edmond, então, consegue achar esse tesouro e começa a montar seu plano de vingança. Dantès reaparece na sociedade parisiense como o misterioso e magnífico Conde de Monte Cristo com um único objetivo: vingar-se daqueles que destruíram a sua vida.

A vingança é um prato que se come frio

Essa produção não é completamente fiel a obra original, mas nos dá uma história com toda a essência que precisamos. A vingança é o seu principal mote e a genialidade de como Dantès planeja tal feito é maravilhoso. A primeira parte do longa só causa indignação a quem assiste. A injustiça que nosso protagonista recebe é muito revoltante, e com isso pegamos suas dores e compramos todo o seu plano de se vingar com quem fez isso com ele. Quando Dantès vira o famoso Conde de Monte Cristo já estamos 100% com ele e tudo o que queremos ver são esses traidores e mentirosos sofrerem ao máximo. A famosa frase popular “a vingança é um prato que se com frio” se faz valer.

A vingança corrompe a alma

O problema disso tudo é que apesar de estarmos com ele nessa aventura também sabemos que esse sentimento vingativo escurece a alma de quem pratica. O desejo louco e incontrolável para dar uma lição a quem merece pode acabar acertando em pessoas inocentes que não tiveram nada com isso. A caída ao lado negro de nosso herói se dá gradualmente e em seus momentos derradeiros vemos quase um vilão que não vai parar até ver todos os seus inimigos no chão e pedindo perdão. Até mesmo seus aliados são afetados por sua gana de vingança e o que seria um plano perfeito começa a se despedaçar por serem afetados por sentimentos conflituosos como o amor e o ódio.

Possui algumas mudanças criativas

Essa história é um verdadeiro novelão e nunca entendam isso como demérito. Me refiro a esse termo da melhor forma possível. Ele possui muitos momentos melodramáticos que não vemos chegar e quando surgem se tornam grandiosos e é possível ver algo da genialidade de como tudo levou a esse momento. O final é diferente do livro e do filme que citei no início do texto. É corajoso e não esperado. Posso dizer que o gosto fica um pouco amargo pelas mudanças, mas que fazem muito sentido com a história contada. Quando você vive o suficiente para se tornar um vilão não podemos esperar um final 100% feliz. Encarei tudo como uma lição valiosa sobre a vingança.

Conclusão

Apesar de possuir quase 3 horas de duração, posso dizer que O Conde de Monte Cristo é um belo filme que vai te deixar preso na cadeira esperando urgentemente para o que vai vir. Seu ritmo não prejudica e todo esse tempo vai no sangue. Um verdadeiro épico digno de uma das obras mais importantes que o homem já viu. Só tenho uma coisa para reclamar: os disfarces do Conde. Eles são dignos de Missão Impossível e isso foi a única coisa que não comprei de verdade. Os seus disfarces eram para ficar no papel e não ganhar vida. Achei bizarro, mas não o estraga como um todo.

O Conde de Monte Cristo estreia nos cinemas em 05 de dezembro.

Posts Relacionados

Carregando...

Ao usar este site, você concorda com a nossa Politica de Privacidade. OK Saber mais