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‘O Beco do Pesadelo’, um bom filme que falta algo

‘O Beco do Pesadelo’ é o mais novo filme de Guillermo Del Toro e que chega com várias indicações ao Oscar desse ano. O diretor já venceu com ‘A Forma da Água’ em 2018 conquistando 4 estatuetas, inclusive a de Melhor Filme e Melhor Diretor. Esse ano ele concorre a 4 prêmios, incluindo Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção e Melhor Figurino. Embora todas essas indicações sejam justas, não acho que ele tenha chance real em alguma.

Sinopse: O ambicioso vigarista Stanton Carlisle, que tem um talento para manipular pessoas, se une a uma clarividente e seu marido mentalista para aprender os truques capazes de torná-lo rico. As coisas se complicam quando ele se junta a uma misteriosa psiquiatra para tentar enganar um magnata para roubar seu dinheiro de forma fácil.”

Esse filme é baseado no livro ‘O Beco das Ilusões Perdidas’ de 1946 escrito por William Lindsay Gresham. Em 1947 tivemos a primeira adaptação para o cinema dirigido por Edmund Goulding. Essa versão atual é boa, mas acho exagero estar indicada a vários prêmios. Tecnicamente realmente não há o que falar mal, mas não acho que ele se sustenta o suficiente para estar nessa lista dos 10 favoritos. Como falei, longe de ser ruim, mas não acho que deveria estar nessa lista.

A história de ‘O Beco do Pesadelo’ possui praticamente 2 grandes atos que vou chamá-los de “circo” e “cidade”. A primeira parte que é passada em um circo itinerante soa muito mais agradável para mim. Temos uma pitada de humor e conhecemos o submundo da malandragem. Esse ambiente é que irá treinar o nosso protagonista para o futuro. Nessa parte é onde aprendemos que o ser humano não vale muita coisa e é onde notamos que o poder sobre algo pode fazer subir a cabeça de qualquer um.

A segunda parte que se passa na grande metrópole nos mostra toda a fortuna que nosso protagonista ganhou apenas com o que aprendeu no seu tempo no circo. Se na primeira parte aprendemos do que o ser humano é capaz, aqui vemos em prática até onde um homem pode ir por pura ganância e ambição. Um terreno proibido, por seu mestre na arte da mentalização, é aberto e onde se via oportunidade, pode agora ser visto como o fundo do poço.

Toda essa história junto com a direção do Guillhermo Del Toro realmente é boa, mas ainda assim achei que faltou alguma coisa. A fotografia é maravilhosa, o design de produção é tão bom quanto, mas não acho que tenha sido o suficiente para um ótimo longa. O clima noir que é colocado junto com um clima de mistério também não é o suficiente. O que faltou realmente? Não saberia dizer, mas ele me causou muita apatia. Talvez eu estivesse esperando outra coisa em vez do que eu recebi. Nesse caso, a falha seria minha.

O elenco desse filme é inacreditável e tenho que fazer alguns destaques. Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela) está incrível e tem uma cena em particular que deu vontade de me levantar e bater palmas, de tão bem que ele foi; Cate Blanchett (Elizabeth) se imposta tanto que chego a ter medo dela, sua atuação embora seja um pouco exagerada, ainda assim é boa demais; Willem Dafoe (O Farol) trabalha bem até não querendo, e ele sempre se destaca em todas as produções. Em menores proporções também dá pra destacar o resto do elenco que embora não estejam todos brilhantes, ainda assim são ótimos atores.

Em um resumo, posso dizer que ele é um bom filme, mas não é tudo isso. Tecnicamente é lindo, mas só isso não dá pra sustentá-lo. A direção do Guillhermo Del Toro é sempre ótima e os atores estão todos bem, com alguns brilhando mais do que outros. Seu maior ponto fraco fica no seu ritmo que por muitas vezes parece que não vai dar em lugar nenhum. A recompensa vem quando realmente acontece algo. O seu final nos mostra uma lição de que quem um dia está por cima, pode ser que amanhã esteja bem por baixo.

‘O Beco do Pesadelo’ já se encontra no catálogo da Star +.

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