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Homens de Barro, um bom filme com a temática LGBTQIAPN+

O cinema nacional teve um grande aumento de qualidade e visibilidade nesses últimos anos. Dentro desse todo, os filmes com temáticas LGBTQIAPN+ também vem chamando atenção aos poucos. Apesar de ainda ser nichado e participar de um circuito de cinema mais fechado, é inegável a qualidade deles. Como exemplos recentes posso citar Vento Seco (2020), A Filha do Palhaço (2022) e Baby (2024). Todos muito bons. Homens de Barro também chega nessa levada e nos traz uma história de amor à lá Romeu e Julieta.

Sinopse

Pássaro (Gui Mallmann) e Marciano (Alexandre Borin) eram inseparáveis quando crianças. Após uma briga severa entre seus pais em que acabou em tragédia, essa amizade nunca mais foi a mesma. Com o passar do tempo, seguem suas vidas até voltarem a se encontrar anos depois, mas com cada um na sua. Ângelo (João Pedro Prates), irmão mais novo de Marciano, também reaparece e acaba se envolvendo amorosamente com Pássaro. Isso faz reacender o ódio entre as famílias, já que Marciano não aceita muito bem o relacionamento dos dois por todo ressentimento do passado.

Ódio entre vizinhos

Essa sinopse está imbuída de drama e por si só consegue levar a história sozinha. Ela traz um sentimento que sabemos que algo de ruim vai acontecer até o final. O ciclo de ódio e vingança não tem como acabar bem. Ainda mais quando esses sentimentos são passados para os filhos de quem começou essa guerra entre vizinhos. Uma amizade se transforma em inimizade e viver a sombra do pai pode criar um legado que não deveria ser o dessa pessoa mesmo. Os rumos dão errado e se veem a mercê da história passada de seus pais.

Um romance proibido

Dizem por aí que o amor proibido é mais gostoso. Pássaro e Ângelo vivem esse amor de forma escondida. Pássaro ainda possui relacionamento com mulheres, mas se vê completamente atraído por Ângelo, pessoa pela qual ele simplesmente ignorava no início. Uma paixão desenfreada surge entre eles e logo isso incomoda Marciano, um rapaz que absorveu o ódio de seu pai e que precisa mostrar que é o irmão mais velho. Ainda que nunca tenha demostrado um apreço por seu irmão mais novo. O machismo junto com preconceito ebule no personagem e ele vai até as últimas consequências para tentar honrar o nome da família, mesmo que seja da forma mais imbecil possível. Esse enclave só pode acabar mal para todo mundo.

Faltou um pouco de aprofundamento dos personagens

Achei um filme bom, porém, me faltou um desenvolvimento maior dos personagens. Ele é bem curto e quando as coisas começam a esquentar, simplesmente acaba. Consigo entender a motivação de cada um ali, mas me custou saber como chegaram até aquele ponto. Algumas atitudes parecer vir do nada e me faltou um pouco de aprofundamento em cada peça desse tabuleiro. Mesmo assim, esse detalhe não me incomodou muito. O único ponto fraco mesmo do qual não gostei foi a cena clímax final que achei muito mal dirigida e ainda acabou mal sonorizada. Não sei o que houve ali, mas foi impossível não lembrar de Amor, Sublime Amor (2021) ou do clipe de Beat It do Michael Jackson com aquelas navalhas parecendo que os personagens nunca vão se ferir de verdade.

Conclusão

Infelizmente, Homens de Barro é o tipo de filme que não será visto por muitos. Ele vai ficar ilhado em seu nicho e poucos fora dessa bolha o verão. Uma pena, pois é um bom filme que possui aqueles dramas clássicos com uma dose de tragédia no final. Gosto muito quando vejo alguma película e a história já me faz projetar a forma como ele vai acabar, mas sem saber exatamente como. Embora tenhamos um grande spoiler no seu início, saber como vai chegar ali faz parte do charme.

Homens de Barro estreia nos cinemas a partir de 06 de fevereiro.

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