Apresentar o cinema com produções indígenas e indigenistas para expandir suas causas e seu reconhecimento. Esta é a proposta do cineasta Takumã Kuikuro como um dos curadores de “Do Coração do Brasil- Mostra de Cinema do Centro-Oeste”, evento que começa em 05 de março no espaço CAIXA Cultural Rio de Janeiro e vai até 17 de março, com exibição de 21 produções desenvolvidas nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal.
Seguindo os preceitos da diversidade, regionalidade e da divulgação de olhares de fora do eixo hegemônico, a programação reúne filmes indígenas e indigenistas, curtas e longas-metragens de gênero, como por exemplo aventura e ficção científica, documentários e produções com abordagens experimentais. O público vai ter oportunidade de conhecer obras como o documentário “Abdzé Wede’õ – O vírus tem cura?”, de Divino Tserewahú, que revela o impacto do coronavírus entre a população indígena em uma aldeia no Mato Grosso e a luta dos nativos para sobreviver à pandemia; “Rituais e Festas Borôro”, sobre os preparativos de um ritual funeral indígena, filmado em 1917 pelo Major Luiz Thomaz Reis, acompanhante do Marechal Cândido Rondon em suas missões pelo país; e além disso, “A Febre da Mata”, curta-metragem dirigido por Takumã Kuikuro sobre as queimadas na Amazônia que passou por festivais como Rome International Film Fest e a Convenção sobre Diversidade Biológica, das Nações Unidas, no Canadá.
“A realização da mostra é uma grande oportunidade para o cinema indígena demarcar as telas, espaço onde nunca tivemos tantas oportunidades como temos hoje, e ser apresentado a pessoas que não conhecem nossa cultura. São obras feitas nas aldeias por indígenas e pessoas que apoiam nossa causa, oferecendo um olhar de fora, mas sempre com nosso povo como protagonista de nossas próprias histórias”, destaca Takumã Kuikuro, que vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.
“Do Coração do Brasil- Mostra de Cinema do Centro-Oeste” terá ainda uma palestra educacional a partir do filme “Rituais e Festas Borôro” com o professor Sérgio Ricardo Potiguara, no dia 8 de março. A mostra tem realização do produtor e diretor Marco Antônio Bonatelli e curadoria do produtor João Gabriel Pelosi, além de Takumã. Os ingressos custam e R＄5 (inteira ) e R＄ 2,5 (meia).
PROGRAMAÇÃO “DO CORAÇÃO DO BRASIL”
05/03
16h30 – Abertura da mostra para convidados com a presença do ator e diretor David Cardoso. Exibição de “Desejo Selvagem” (18 anos)
06/03
15h – Exibição “19 mulheres e 1 Homem” (18 anos)
17h – Roda de conversa com o ator e diretor David Cardoso, com mediação de Michel Henrique Araújo da Silva
07/03
15h – Palestra: “Realizando mostras de cinema”, com o diretor do evento Marco Antônio Bonatelli
17h – Exibição de “Ava Yvy Vera – a terra do povo raio”(Livre)
08/03
15h – Exibição de “Rituais e Festas Borôro” (Livre)
17h – Palestra de cunho educativa sobre meio ambiente com o professor Sérgio Ricardo Potiguara
09/03
15h – Exibição de “Estrutural” (14 anos)
17h – Exibição de “A Cidade É Uma Só” (10 anos)
10/03
13h30 – Exibição de “500 almas” (Livre)
16h – Exibição de “A Febre da Mata e Abdzé Wede’õ”(Livre)
12/03
15h – Exibição de “Desejo Selvagem” (sessão destinada ao público autista)
17h – Exibição de “Chão” (10 anos)
13/03
15h – Exibição de “Wapté Mnhõnõ e Amne Adji Kapere Mba” (Livre)
17h – Exibição de “Resgate: Quem está no centro da América do Sul?” (10 anos)
14/03
15h – Exibição de “No Rastro das Cargueiras” (10 anos)
17h – Exibição de “ATL 2 – Acampamento Terra Livre”, “Yarang Manin” e “Os Espíritos Só Entendem o Nosso Idioma” (Livre)
15/03
15h – Exibição de “Rumo” (Livre)
17h – Exibição de “No Rastro das Cargueiras” (10 anos; sessão destinada à acessibilidade comunicacional – LIBRAS, audiodescrição e legendas descritivas)
16/03
15h – Exibição de “Vermelha” (12 anos)
17h – Exibição de “Corpo e Alma de Mulher” (18 anos)
17/03
14h – Bate-papo com Felipe Feitosa. Conversa aberta com o público sobre a experiência do evento e possíveis caminhos para que, no futuro, se popularize ainda mais o cinema do Centro-Oeste
16h – Exibição de “Branco Sai, Preto Fica” (14 anos)
Enfim, o que você achou deste evento com produções indígenas? Deixe seu comentário!
