Em março, mês das mulheres, o Curta! traz três documentários que abordam o direito das mulheres de interromperem a gravidez – seja por aborto legal ou não – pauta que ultrapassa os movimentos feministas e é tema de discussão no mundo inteiro.
O canal apresenta documentários que mostram diferentes perspectivas do assunto: “Incompatível Com a Vida”, que acaba de ganhar o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Documentário de 2023 e faz sua estreia na TV paga no Dia Internacional da Mulher, “Meu Corpo, Minha Vida” e “Verde Esperanza – Aborto Legal na América Latina”.
Incompatível Com a Vida
Vencedor da edição 2023 do festival “É Tudo Verdade”, “Incompatível Com a Vida” chegou a ser qualificado para o Oscar 2024, foi exibido no Hollywood Brazilian Film Festival e na Première Brasil do Festival do Rio 2023 e agora concorre na categoria documentário para o Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano 2024, um dos eventos mais destacados no cenário audiovisual. Seu ponto de partida é o registro da gravidez interrompida da própria diretora, que conversa com mulheres que tiveram histórias semelhantes. Temas como vida e morte, luto, aborto e políticas públicas vêm à tona.
“Quando recebi o diagnóstico de ‘malformação fetal incompatível com a vida’ e senti a urgência de debater esse tema em filme, o Curta!, com quem estávamos iniciando um documentário sobre o amor, aceitou a aventura de mudarmos radicalmente nossa abordagem. Se não fosse essa abertura do canal para o que é o documentário de fato – algo vivo, que se transforma independentemente dos desejos do realizador ou da produção -, esse filme não existiria. Quando ‘Incompatível com a vida’ ganhou o Festival É Tudo Verdade senti que essa mudança radical de abordagem, para além de um processo de cura meu, era importante enquanto audiovisual e que havíamos acertado. E saber que agora, finalmente, o filme chega para a audiência do Curta!, me enche de alegria”, conta a diretora Eliza Capai. Estreia no dia temático “Sextas de História e Sociedade”, 8 de março, às 20h30.
SINOPSE: A partir do registro de sua gravidez, a diretora Eliza Capai conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas à sua, criando um potente e tocante coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas que nos afetam.
Diretora: Eliza Capai.
Duração: 92 min.
Classificação: 14 anos.
Meu Corpo, Minha Vida
Em seguida, produzido em 2017, o documentário “Meu Corpo, Minha Vida”, de Helena Solberg, coloca em discussão o aborto, ouvindo opiniões a favor e contra a descriminalização. O longa-metragem parte da história de Jandira Magdalena dos Santos Cruz que, em 2014, se submeteu a um aborto em uma clínica clandestina em Campo Grande, foi morta, e seu corpo foi encontrado carbonizado. A exibição é no dia temático “Sextas de História e Sociedade”, 15 de março, às 21h.
SINOPSE: “Meu Corpo, Minha Vida” é um debate sobre a questão do aborto no Brasil. Vozes de ambos os lados expressam sua opinião: os que acham que o aborto deve ser descriminalizado e os que defendem a lei como está. O filme personaliza esse debate através do caso de Jandira Magdalena dos Santos, morta ao fazer um aborto clandestino, que recebeu cobertura nacional e internacional.
Diretora: Helena Solberg.
Duração: 75 min.
Classificação: 14 anos.
Verde-Esperanza: Aborto Legal na América Latina
“Verde-Esperanza: Aborto Legal na América Latina”, de Maria Lutterbach, apresenta um panorama do acesso ao aborto seguro no Brasil, na Colômbia e na Argentina. O longa começa com histórias tristes que estiveram nos noticiários brasileiros recentes: meninas e adolescentes que, embora violentadas — uma das poucas condições em que o aborto é permitido no Brasil —, foram impedidas de interromper a gravidez. Em seguida, o filme parte para Colômbia e Argentina, países onde o aborto legalizado é um direito conquistado de maneiras diferentes. A exibição é no dia temático “Sextas de História e Sociedade”, 29 de março, às 22h30.
SINOPSE: Enquanto lideranças feministas no Brasil batalham para que não haja retrocessos na legislação sobre aborto, mulheres que estiveram à frente da descriminalização na Argentina e Colômbia mostram como a conquista foi possível.
Direção: Maria Lutterbach.
Duração: 42min.
Classificação: 12 anos.
As discussões sobre aborto legal e seguro são temas recorrentes dos noticiários. Ano passado, Rosa Weber, então Ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela descriminalização da interrupção voluntária da gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação. Ela era a relatora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442. No entanto, o julgamento encontra-se suspenso após pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso.
Enfim, os três filmes também estão no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming do Curta disponível no Prime Video Channels – da Amazon -, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn܂com܂br). Novos assinantes do Prime Video Channels e do site têm sete dias de degustação gratuita.
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