‘O Jogo da Morte’ está chegando ao Brasil somente agora e digo que vem com um pouco de atraso. Não digo nem por sua data de lançamento de 2021, mas por ser um assunto que já foi amplamente comentado e debatido. O filme trata do desafio da ‘Baleia Azul’, jogo moderado por mídias sociais que faziam os jovens se autoflagelarem e até mesmo a cometer suicídio. Algo muito sério que ocorreu um tempo atrás e que hoje em dia não possui tanto peso por aí. O maior destaque dele seria sobre o seu modo de contar a história, apenas usando telas do computador e telefone. Trabalhoso, mas que nos coloca na situação com mais imersão.
Sinopse
Uma cidade da Rússia tem sofrido com diversas mortes de adolescentes acometidas por suicídios. Dana (Anna Potebnya), uma jovem que tem grandes problemas de relacionamento com a mãe, sofre por ter perdido a irmã que tirou sua própria vida. Desconfiada das motivações da irmã, Dana começa a investigar os possíveis motivos desse ato e se depara com o jogo da Baleia Azul ou O Jogo da Morte. Agora, ela também participará desse jogo para conseguir provas contra os culpados por tantas mortes. O que ela não esperava é que a imersão do jogo fosse tanta a ponto dela também correr um grande risco de vida.
Bom, mas nem tanto
Esse filme tem muitos pontos bons e fracos. Sua narrativa através de redes sociais, usando apenas as câmeras do celular e do computador é boa, mas não é uma novidade. ‘Buscando…’ de 2018 e ‘Desaparecida’ de 2023 já fizeram isso e com uma história e atuações bem melhores do que sobre o longa que vos falo. Isso categoriza ‘O Jogo da Morte’ como algo ruim? Não exatamente, mas ele é bem fraco em comparação as obras que acabei de citar.
É preciso romantizar para parecer credível
O trabalho de adaptação para o nosso idioma foi excelente. Muitas informações na tela já traduzidas ajudaram bastante ao entendimento das cenas. Mesmo com essa facilidade, certos momentos me pareceram bastante forçados. A romantização é usada para que eventos impossíveis possam parecer credíveis em cena e é nessas horas que o filme cai. Nossa protagonista precisa estar o tempo todo com o celular na mão para mostrar o que está fazendo, para provar ao mediador que ela concretizou as tarefas. O problema disso é que ela é colocada em situações absurdas que a última coisa que você pensaria seria em ficar filmando com o celular. Ainda assim, isso passa por sabermos que estamos lidando com um filme em que tudo precisa ser mostrado.
Quase colocam tudo a perder no seu final
Isso nos leva a outro ponto, as atuações. O cinema russo está encaminhando para se tornar um expoente, mas ainda cai em muitas falhas. A maior aqui são as atuações. Achei a protagonista bem fraca e ela falha bastante em passar a sua real personalidade. O ponto que mais denota isso é no clímax, em que ela tem que atuar fugindo do suposto assassino com o celular ao vivo filmando tudo. É ruim demais e por falar em clímax, o final é terrível. Nos colocam em uma trama super elaborada (que já tinha descoberto antes) e nos dão atuações terríveis com um desfecho simples e banal. Quase colocaram tudo a perder.
Conclusão
‘O Jogo da Morte’ está longe de ser um fiasco total, mas também está longe de ser uma grande maravilha. Sua narrativa diferenciada pode agradar quem nunca viu alguma obra do estilo e isso pode dar uns lampejos a mais de empolgação. As atuações e algumas resoluções de roteiro podem colocar tudo a perder também. Vale deixar um aviso para gatilhos fortes. Essa produção trata de suicídio e pode mexer com quem esteja passando por problemas psicológicos. Algumas cenas são gráficas e podem afetar quem não está em um bom momento.
‘O Jogo da Morte’ estreia em 22 de fevereiro nos cinemas.
Curiosidade
Vale destacar ainda que esse filme tem diversas versões por aí. Em uma pesquisa rápida achei versões egípcia, saudita e grega. A Baleia Azul foi um assunto que deu o que falar, mas acredito que as coisas estejam melhores agora. Porém, é sempre importante ficar de olho para que crianças e adolescentes não caiam em armadilhas perigosas como essa.