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Crítica: Cruella, uma ótima releitura da vilã da Disney

“Cruella” é mais um título live-action das animações da Disney que tentam humanizar os vilões clássicos através de um novo prisma. O primeiro dessa leva foi Malévola com Angelina Jolie e já ouvi boatos que teria a história de um jovem Capitão Gancho. Voltando ao foco principal, devo dizer que por mais que eu estivesse desconfiado com essa adaptação, ela conseguiu me surpreender muito. Digo isso como algo totalmente positivo. O que seria uma vista despretensiosa, acabou sendo uma das melhores coisas do ano na minha humilde opinião. Confira a crítica:

Sinopse

“Inteligente, criativa e determinada, Estella quer fazer um nome para si através de seus designs e acaba chamando a atenção da Baronesa Von Hellman. Entretanto, o relacionamento delas desencadeia um curso de eventos e revelações que fazem com que Estella abrace seu lado rebelde e se torne a Cruella, uma pessoa má, elegante e voltada para a vingança.”

Ótima releitura da vilã da Disney

Antes de começar a falar do filme, quero deixar alguns avisos que talvez ajudem na apreciação da obra como um todo. Esqueçam os filmes dos ‘101 Dálmatas’ e esqueçam tudo o que já viram da personagem. Encarem como algo totalmente novo. Por vezes durante a projeção, esses avisos passam a ser desnecessários, pois por si só ele já faz isso. Tenho certeza que isso já será o suficiente para curti-lo da melhor forma possível.

Essa história de origem é realmente muito boa. Estella/Cruella em nenhum momento é aquela vilã cruel que odeia dálmatas por mais que ela tivesse motivos e traumas para isso. Por sinal, esse fato tem uma incrível revés que fez muito sentido para mim, o que tornou a personagem melhor do que o esperado. Ela está longe de ser uma princesa Disney e até mesmo uma pessoa pura e de bom coração. Conhecemos a personagem como uma pessoa humana, comum, com um incrível talento e com uma sede de vingança muito justificável.

Tecnicamente é tudo perfeitinho e lindo. A fotografia é muito bonita, assim como todo o figurino que esbanja beleza e modernidade, até mesmo para a Londres dos anos 70 onde os punks se caracterizavam de forma simples e não convencional ao mesmo tempo. Por falar nisso, esse clima anárquico também se faz presente. Não existe gênero musical melhor do que o rock dos anos 70 para ajudar a contar essa história. Ainda mais quando ele ajuda a contar a história através de uma revolução, mesmo que estejamos falando apenas de uma revolução estética.

A trilha sonora é perfeita. Não tem uma música se quer que não seja boa e que seja colocada em algum momento errado. O roteiro é bem redondinho e ainda foi capaz de nos trazer algumas surpresas que não estávamos esperando. Na parte final, tudo faz sentido e algumas dúvidas deixadas são respondidas de forma satisfatória. Emma Stone (Histórias Cruzadas) e Emma Thompson (Vestígios do Dia) são de longe o destaque do elenco e por mais que elas soem exageradas na maioria do tempo, é isso que as fazem ser grandes personagens.

O longa é uma grande obra divertida e de um ótimo bom gosto estético. Recomendo bastante a todos. Me surpreendeu e pode ser que surpreenda o público em geral também. Desde já, posso dizer que é uma das melhores coisas lançadas esse ano. Uma continuação é deixada em aberto e parece já estar certa. Saiu uma notícia esses dias que Emma Stone já teria assinado um contrato para uma sequência.

Cruella se encontra no catálogo da Disney +.

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