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Crítica: ’20 Dias em Mariupol’, nos mostra o horror da guerra de forma visceral

Em 24 de fevereiro de 2024 a Guerra da Ucrânia-Rússia fez 2 anos. 20 Dias em Mariupol” chega agora aos cinemas com os registros dos primeiros dias da guerra dentro da cidade de Mariupol, uma das cidades ucranianas mais arrasadas pela guerra até aqui. Esse filme foi a escolha da Ucrânia para concorrer ao Oscar 2024 de Melhor Filme de Língua Estrangeira. Não conseguiu essa indicação, mas conseguiu ser indicado a Melhor Documentário e já aposto minhas fichas nele por mostrar todo o terror provido por uma guerra. Vale mencionar que ele já ganhou o Prêmio do Público para Melhor Documentário no Sundance e chega forte na categoria. Esse é um registro pesado, mas necessário e seria importante que todos o vissem.

Sinopse

Uma equipe de jornalistas ucranianos da Associated Press (AP), uma agência de notícias independentes, chega na cidade ucraniana de Mariupol para cobrir o início da guerra por lá. Inicialmente, pensaram que apenas pegariam imagens de combates, mas logo começam a presenciar o verdadeiro horror. Achando que a guerra não atingiria os civis, logo em seu início, a realidade já mostra que estavam enganados e que uma fuga da cidade precisa ser realizada antes que sejam capturados pelos russos.

A realidade é o pior terror que temos

Não há nada mais aterrorizante do que a realidade. O longa mostra isso de forma visceral e cruel. Uma frase dita no início, me pegou bastante e preciso reproduzi-la: “guerras não começam com explosões. Guerras começam com silêncio”. Iniciamos com essa sentença, quando os jornalistas chegam a cidade de Mariupol, no primeiro dia da guerra, é exatamente o que encontram, puro silêncio no ar. O aumento da tensão nos atinge e logo começam os ataques, inicialmente, ao longe e aos poucos chegando mais perto.

A crueldade do dia a dia

Com poucos dias de guerra, todos os veículos internacionais de notícias saem da cidade e apenas esse grupo fica para trás por escolha própria. Eles serão os principais responsáveis por mostrarem verdades que o mundo não conseguiria ver. Em pouco tempo as atrocidades começam, por se abrigarem em um hospital se torna possível ver todo tipo de gente chegando. Crianças, adolescentes, grávidas, todos civis. As imagens são fortes e é impossível não chorar ou ficar tentando entender o porque disso. Até uma maternidade é atingida por um ataque russo.

Verdade x fake news

As imagens enviadas pelos jornalistas são imprescindíveis para entender o que está acontecendo por lá. Mas, se por um lado, eles enviam imagens da verdade, por outro lado, os russos dizem ser tudo “fake news”, feitas para denegrir a imagem russa. Nesse momento, nossos repórteres começam a correr um risco real de vida, pois, se forem capturados, vão ser obrigados a desmentir tudo, ou coisa pior. Esse clímax aumenta quando, enfim, ficam atrás das linhas inimigas, presos dentro de um hospital em que os russos fazem um cerco com tanques de guerra. Para que ficção se a realidade nos deixa muito mais nervosos? Esse, de longe, é o momento mais tenso de toda a projeção e o nervosismo nos pega de jeito.

Conclusão

’20 Dias em Mariupol’ não é para qualquer um. O longa nos mostra muitas imagens fortes e tristes. Então se não estiver bem, recomendo que não o veja. Para as demais pessoas, eu o indico veementemente. Esse é um registro que precisa ser visto e debatido. O detalhe é que estamos falando de apenas 20 dias iniciais de uma guerra que dura 2 anos. Isso é só uma amostra de todos os horrores que acontecem por lá. A cidade de Mariupol caiu com 86 dias e estima-se 25 mil civis mortos. Não dá para ignorar esse número grandioso de mortos inocentes.

’20 Dias em Mariupol’ estreia dia 07 de março nos cinemas.

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