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Crítica: ‘THE LAST OF US’, é uma ótima adaptação do jogo de mesmo nome

Não é exagero da minha parte dizer que ‘The Last Of Us’ é o jogo da minha vida. Nunca havia jogado algo que me deixasse tão imerso e tão preocupado de verdade com a vida de cada personagem desse jogo. Principalmente com Joel e Ellie, a dupla de protagonistas da história. Eu consegui me envolver emocionalmente com eles e a cada momento do jogo, sofria junto. Quando a HBO anunciou a adaptação em formato de série, tive um pé atrás, afinal, raras são as adaptações boas de jogos. Mas estamos falando da HBO e em 9 episódios conseguiram resumir o primeiro jogo de forma brilhante com apenas alguns problemas.

Sinopse

A adaptação narra a história de um mundo que foi arrasado por um vírus devastador para a humanidade. Os poucos sobreviventes agora vivem em zonas controladas pelo atual governo, sendo impostas penas rigorosas para quem infringe a quarentena e a ordem. É nesse ambiente que conhecemos Joel (Pedro Pascal) que carrega duras perdas em seu passado, e Ellie (Bella Ramsey) uma jovem que descobre que é imune ao vírus. Juntos, eles formarão uma família e vagarão pelas longas terras norte-americanas atrás de um grupo de humanos que pode achar a cura através da imunidade da Ellie.

Primeiro episódio

Pra série dar certo tinham que fazer um episódio excepcional e mostrar a todos sobre o que a série é. Só posso dizer que foram brilhantes. O horror inicial é retratado muito bem e toda a sequência da fuga da família de Joel é muito bem feita e tensa. Entendemos o trauma do personagem daí e logo vamos para o “presente” e vemos um personagem durão e pronto para fazer o que for necessário para sobreviver. Fica claro que a HBO não economizou e seu trabalho de design de produção é incrível e nos coloca dentro do jogo tamanha a sua retratação.

Fidelidade ao jogo

Uma das maiores preocupações do fã do jogo era se a adaptação estaria a altura. Afinal, o retrospecto das adaptações de jogo para filmes ou séries não é lá muito boa. Existem, mas dá para contar nos dedos. A princípio seria um filme, mas pensaram melhor e decidiram por ser uma série. Ótimo, melhor escolha. Diria até que 9 episódios foram poucos para englobar todos os acontecimentos do jogo, mas a verdade é que eles pegam os principais pontos e não decepciona. Apesar de termos cenas copiadas e coladas do jogo, a adaptação de uma mídia para outra é precisa e todos os arcos foram muito bem conduzidos e com alguns desfechos melhorados e expandindo um pouco o universo do jogo.

Joel e Ellie

No jogo, nós temos horas de jogo e situações que conseguem aproximar de forma natural Joel e Ellie. No início, ele não a quer por perto e no final ele sente que ela é uma filha para ele. Na série, esse tempo de desenvolvimento é bem menor, mas está lá. A dinâmica dos dois é excelente e a implicância de um para o outro é que deixa tudo muito melhor e natural. A passagem de tempo que ocorre entre o episódio 5 e 6 é que vemos essa real mudança. Joel muda demais e sente medos que ele nunca mais pensou que teria de novo e isso leva a catarse do último episódio que eu estava esperando de uma maneira bem ansiosa.

Perdas pelo caminho

A jornada desses dois personagens é trágica e provida de perdas emocionais pelo caminho. Basicamente em todo episódio nós víamos mortes que doeram tanto neles quanto em nós. A lista é grande, mas não vou comentá-las aqui. Apesar disso, devo deixar uma menção honrosa para o episódio 3 centrado em Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett) que nos dá uma aula de narrativa e como se desenvolve personagens com um texto perfeito. O outro é o episódio 7 que mostra a relação da Ellie com a Riley (Storm Reid) e mostra o aprofundamento da Ellie e o paralelo dela perder alguém que ela amava, ao mesmo tempo em que ela tem que cuidar de alguém que ela ama, mostra o quanto a personagem é mais do que vemos em tela.

Quase perfeita

Ela é excelente, mas não é perfeita. Digo isso por pequenos detalhes que muitos talvez não concordem comigo. O primeiro é justamente a relação de Ellie e Joel. É desenvolvido, entendemos as emoções, mas em determinado momento achei forçado. Como se isso precisasse andar logo, pois já estávamos chegando no final da história.

O segundo ponto foi a falta de infectados nos episódios. Além dos humanos, os infectados também eram um dos piores horrores desse mundo. Vemos eles em determinados episódios, mas a partir da metade para o final não os vimos mais. Estamos falando de um mundo em que eles estão em todos os lugares. Pode ser uma preciosidade minha, mas senti falta de mais deles na série.

Conclusão

Encontrei alguns pontos que considerei falhos, mas os considero apenas detalhes para uma obra que é muito mais que isso. O desenvolvimento de personagens é incrível e rapidamente já amamos todos. Tecnicamente não há o que falar mal. Design, atuação e direção perfeitas. Em direção destaco o episódio 2 que foi dirigido pelo criador do jogo, Neil Druckman. Agora é sentar e esperar pela 2º temporada já esperada. Não joguei o 2º jogo, mas sei de alguns spoilers que vão fazer o mais marmanjo chorar como uma criança. Ansioso desde já para isso.

Curiosidades

  • O ator Keivonn Woodard, que faz o irmão Burrell mais novo, é surdo de verdade e todos tiveram que aprender línguas de sinais para contracenar com ele;
  • O ator Jeffrey Pierce, que faz o personagem Perry no episódio 5, fez o Tommy nos jogo;
  • Troy Baker, o James do episódio 8, faz o Joel no jogo;
  • Ashley Johnson, a Anna Williams que também é a mãe da Ellie na série, fez a Ellie no jogo;
  • Laura Bailey, que faz a Abby em The Last Of Us Parte 2, tem uma pequena participação como uma das enfermeiras do último episódio.

A 1º temporada de ‘The Last of Us’ já se encontra completa na HBO Max.

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