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Crítica: ‘The Flash’, diverte bastante, mas tem problemas

Pouca gente lembra, mas esse filme do ‘The Flash’ era para ter estreado em 2018 com a produção sendo iniciada em 2015. Depois de muitas idas e vindas de diretores e roteiristas, foi só em 2019 que Andy Muschietti (It: A Coisa) assumiu a direção e que Christina Hodson (Bumblebbe) e Joby Harold (Army of the Dead: Invasão em Las Vegas) assumiram o roteiro, e só assim a produção finalmente começaria. Veio a pandemia atrasando os planos de um lançamento anterior e ainda tivemos os problemas de conduta do ator principal do longa, Ezra Miller (As Vantagens de Ser Invisível). O longa tinha meio que um destino traçado para ser um fiasco, porém, estamos recebendo agora uma obra divertida e que respeita todos os conceitos originais do personagem, mesmo que no geral, não seja perfeita.

Sinopse

Apesar de Barry Allen (Ezra Miller) já ser um grande herói consolidado como o Flash em seu mundo, ele ainda não tem uma total dimensão de seus poderes. Ao chegar próximo do julgamento de seu pai, acusado de matar a sua própria esposa e mãe do herói, Barry percebe que não conseguiu provas o suficiente para inocentar seu pai do crime. Em um momento de raiva e dor, ele corre o mais rápido que pode e consegue ultrapassar as barreiras do tempo. Agora no passado, ele irá impedir o assassinato de sua mãe. O que ele não sabe é que essa ação pode desencadear o fim de vários mundos que ele nem imagina que existem.

Para grandes fãs do herói

Essa história é inspirada em um evento dos quadrinhos chamado “Flashpoint”, em que o herói volta no passado e muda várias coisas no presente. Nos quadrinhos, esse artifício é usado volta e meia como um modo de rebootar as histórias dos principais heróis e aqui não é tão diferente. Inclusive, na própria série do herói esse tema também já foi abordado. Ou seja, para quem for fã do herói, já sabe mais ou menos como essa linha de acontecimentos vai transcorrer. Lógico que aqui tem a pompa de ser um filme blockbuster feito para ver no cinema.

Multiverso

Uma das maiores graças de histórias de viagem no tempo são como as regras sobre isso vão funcionar e como as mudanças no passado vão afetar o seu futuro. Um ato pequeno pode desencadear o fim de um mundo, literalmente. O chamado “efeito borboleta” chega aqui com tudo e o mundo como o personagem conhece é desfeito e outro completamente diferente nasce. Cabe a ele salvar esse novo mundo e tentar entender como pode consertar toda essa lambança.

O mote não é uma novidade, mas ver como os acontecimentos influenciam a nova realidade sempre é divertido. Por salvar sua mãe no passado, ele acaba criando um mundo sem seres com poderes e sem o Superman. Como isso acontece não parece importar muito para os roteiristas e talvez não importe. Eles só querem provar um ponto e criar um aprendizado ao nosso protagonista. O problema é que, com isso, velhos e novos coadjuvantes surgem na história e parecem ser descartáveis, por mais que tenham um grande apelo com o público.

Michael Keaton

Não é spoiler, pois está em todos os trailers e materiais de divulgação, mas ter Michael Keaton (Spotlight: Segredos Revelados) de volta como Batman é simplesmente incrível. Esse é o tipo de personagem e atuação que queria ver o tempo todo em tela e que tenho certeza que não iria me cansar. Ele cai como uma luva e seus momentos, seja falando, seja lutando, são todos fantásticos. Um parabéns para quem trouxe essa ideia e parabéns para quem aceitou isso.

CGI horroroso

O longa todo é extremamente divertido e certamente irá tirar risadas de todos, porém temos um grande elefante branco nessa produção: o CGI. Em muitos momentos ele até parece competente, mas em outros ele é simplesmente horroroso. Embora isso não afetasse a história em si, ver alguns desses momentos gráficos em uma tela grande chegou a me doer. A cena inicial é maravilhosa, mas aqueles bebês parecendo bonecos foram demais. O efeito no momento da bolha do tempo são de níveis amadores. Um olho cru nota isso e vai ficar incomodado igual. Tudo parece uns bonecos muito mal renderizados e anatomicamente estranhos.

Conclusão

Não há dúvidas que ‘The Flash’ é um ótimo filme para o cinema e para comer aquela pipoquinha com refrigerante. A diversão é garantida, porém, está longe de ser perfeito. Defeitos técnicos são latentes aos nossos olhos, além de que o roteiro desperdiça ótimos personagens em prol de fazer o nosso protagonista entender um ponto. Senti que todos os cameos dele são feitos exclusivamente para os fãs e para quem entende um pouco da história do cinema. Uma piada de bastidores vira um ótimo momento, mas um leigo não vai simplesmente entender nada.

O futuro da DC

O final  de ‘The Flash’ indica mudanças para o que vem por aí no futuro da DC Comics no cinema. Só basta saber se a última cena do longa foi uma grande piada ou se é por aí que eles levarão toda a condução de seus novos longas. Temos uma cena pós-crédito que não é nada importante para o futuro, mas mostra nosso herói escarlate junto de outro personagem querido do público. Indicando que nem tudo precisa ser diferente daqui para a frente.

‘The Flash’ estreia nos cinemas em 15 de junho.

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