A ideia de The Acolyte era bem interessante. Mostrar em uma série de 08 episódios uma história em que os sith seriam os protagonistas. Muito interessante, mas por si só já imaginei que seria um desafio imenso, pois teríamos que nos afeiçoar com os vilões. Embora amemos os ditos cujos do universo Star Wars, não compactuamos com suas decisões. Pelo menos as pessoas com caráter em dia. E o que os roteiristas então pensaram: “vamos colocar jedis como os vilões”, mas não de um jeito maniqueísta. Colocaram como se fosse tudo obra do acaso, o verdadeiro “foi sem querer, me desculpa”. É assim que começamos essa série que soava promissora, mas que na hora do vamos ver não entregou como deveria.
Sinopse
Durante os últimos dias da Alta República, onde os Jedi estão alcançando seu auge e liderando a República em explorações com iniciativas galácticas, uma jovem ex-padawan se vê obrigada a se reunir com seu ex-mestre Jedi para investigar uma série de crimes. No caminho, eles deparam-se com forças mais sinistras do que esperavam, entre segredos e potências emergentes do lado negro. Além de aos poucos descobrirem que a própria Ordem Jedi não é tão perfeita quanto todos pensavam.
Muitas promessas e quase nada cumprido
A série chegou com muitas promessas e no final a sensação de que nada foi entregue é grande. No elenco, tínhamos Carrie-Anne Moss (Matrix), talvez o maior nome desse casting, e ela foi desperdiçada demais. O seu destino é selado na primeira cena e um ar de decepção já ecoou. Isso foi o prenúncio de outras escolhas ruins que iriam se suceder até o último episódio. Somos apresentados a outros vários jedis que possuem o mesmo fim. Tudo de forma rápida que apesar de bater uma leve tristeza, não sentimos tanto assim como deveríamos. Ver um jedi morrer, causa uma dor interna de lamento para mim.
O fim do maniqueísmo
Os tempos modernos meio que pedem o fim do maniqueísmo. Mas em Star Wars isso se torna imprescindível e essa história provou o porque disso. O mal tem que ser mal e o bom tem que ser bom. Essa mudança se mostrou muito estranha com tudo isso. Como falei lá em cima, temos que simpatizar com os vilões de alguma fora. Aqui, todos são trazidos para o lado cinza, ninguém é tão mal assim e ninguém é tão bom assim. Isso faz a história desandar de tal forma que coloca praticamente tudo a perder. Em um momento vemos um sith dizimar sem perdão vários jedis desejando até mesmo matar sua aprendiz e logo após, no episódio seguinte vemos o mesmo personagem super gente boa e completamente disposto a dialogar. O que aconteceu aqui?
Longe de ser boa, mas possui destaques
A série possui grandes problemas de desenvolvimento, de conceito e de escolhas. Ainda assim, não achei a pior coisa do mundo como estão pintando por aí. Vale lembrar que antes de estrear a série já estava tomando hate por questões preconceituosas. A showrunner é lésbica, a protagonista é negra, a personagem principal é oriunda de uma família de bruxas lésbicas e por aí vai. Todos tem o direito de não gostar de um produto, mas que não use de argumentos preconceituoso e conservadores da boa família cristã como embasamento. Passando pelo vale de alguns poucos elogios, as cenas de ação são incríveis e ouso dizer que são uma das melhores de toda a franquia Star Wars.
Conclusão
The Acolyte peca bastante, mas não merece uma nota mínima. O final de temporada até soa promissor projetando o que pode vir pela frente. Aparece um personagem clássico que amamos e fica impossível não nos animarmos. Muitas respostas terão que ser dadas, pois esse final em vez de responder as nossas perguntas que já tínhamos, criaram mais algumas. Até o momento que escrevo esse texto uma 2º temporada ainda não foi confirmada. Espero que confirmem e que aprendam com os erros para que nos deem uma obra verdadeiramente boa e não só uma sinopse interessante.
A 1º temporada de The Acolyte se encontra completa no catálogo da Disney+.
