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Crítica: O Macaco, uma obra de terror divertida e cheio de galhofa

O Macaco chega aos cinemas agora no início de março com a chancela de três nomes bem fortes do meio: Stephen King, que escreveu o conto e o roteiro desse longa; James Wan, que produz; e Osgood Perkins, que dirigiu recentemente o cultuado Longlegs – Vínculo Mortal, que contribui na direção, roteiro e tem uma ponta como o Tio Chip. Era de se esperar algo grande desse trio. O resultado não é lá um grande filme de terror, mas traz a garantia de uma diversão gore bem despretensiosa que vai fazer o público rir e virar a cara junto com as mortes mais bizarras que você já imaginou.

Sinopse

Quando os irmãos gêmeos Bill e Hal (Theo James) encontram o velho macaco de brinquedo de seu pai no sótão, uma sequência de mortes horríveis se inicia. Decididos a se livrar da ameaça, os irmãos jogam o brinquedo fora e tentam seguir com suas vidas, afastando-se cada vez mais com o passar dos anos. No entanto, o terror parece não os abandonar. Uma nova onda de mortes surge e só vai parar quando pelo menos um dos irmãos for morto.

Todo mundo morre. E isso é uma merda!”

O pôster desse filme nos dá um slogan que já nos faz esperar o que vamos ver pelos próximos 98 minutos de duração: “Todo mundo morre. E isso é uma merda!”. Uma reflexão é feita sobre isso quando a mãe dos gêmeos, vivida por Tatiana Maslany (Orphan Black), diz diante de uma morte bizarra de alguém próximo que as pessoas vivem sua vida para morrer tranquilas ou de uma forma bem trágica. Dito isso, todo mundo nessa história morre de formas bizarras e ninguém (ou quase ninguém) escapa das maquinações terríveis criadas pelo macaco. Ninguém sabe de onde essa criatura veio, mas sabemos que é um brinquedo moldado por algum ser das profundezas das trevas. O seu humor fúnebre é estampado pelo seu sorriso ao tocar as baquetas.

Um filme que não se leva a sério

O macaco em si nos dá um medo só de ficar olhando para ele. Quando a câmera foca nele, um incômodo surge automaticamente. Todo o terror desse longa está nessa figura do macaco. Toda essa tensão é aliviada quando as pessoas morrem. Sei que isso é bizarro de ser dito, mas é nas mortes que encontramos conforto para soltar risos e para notar que estamos vendo uma obra que não é para ser levada a sério. Quanto mais a projeção se segue, mais ficamos confortáveis ao ponto de gargalhar alto com uma pessoa explodindo em tela. Até chegar naquele final apocalíptico em que isso se torna tão normal ao ponto de que está tudo bem um fantasma passar em tela sem nenhum pudor. A galhofa e a tosqueira andam de mãos dadas juntos e tudo bem.

Optaram pela comédia em vez do terror de verdade

A relação dos irmãos é bem bizarra. Claramente, um deles é uma grande babaca enquanto o outro é bonzinho, mas que esconde um grande sombra em sua alma. Tudo começa com a relação entre eles e como isso vai rumando para criar um ambiente trágico em volta desses dois. O tempo passa e um rancor ainda está instalado em dentro de um dos irmãos. A busca por vingança de algo que aconteceu há anos é o estopim para uma matança sem fim e que, lógico, acabará de forma trágica para essa família. Se o longa se levasse mais a sério, essa questão poderia soar muito mais dramática e triste, mas relaxa, tudo acaba em comédia. Mesmo que esse humor não seja o mais nobre possível.

Conclusão

O Macaco não é para ser levado a sério. Afinal, nem ele mesmo se leva dessa forma. Então saiba que estará indo aos cinemas para ver uma obra de “terrir”. Um pouco de tensão com uma parcela de gargalhada. A risada pode vir de nervoso ou por uma morte altamente bizarra a ponto de relaxarmos sorrindo. Stephen King parece ter abraçado essa veia cômica e está tudo bem com ele. Para os amantes de terror, talvez não seja lá o que você esteja procurando, mas para quem procura uma boa diversão em um dia de calor, essa é uma sugestão perfeita.

O Macaco estreia nos cinemas em 06 de março.

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