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Crítica: Não Solte!, é um bom horror psicológico

A maioria dos filmes de terror/horror se baseiam muito nos sustos e no medo. Esses elementos fazem sentido para o gênero, mas isso o deixa cada vez mais previsível e menos assustador de verdade com o tempo. Não Solte! tenta nos pegar pelo lado psicológico. Ainda tem momentos clássicos para causar medo, mas o seu trunfo é justamente nos deixar confusos com o que estamos vendo. Tudo isso é real ou não? O amor dessa família é que vai ditar os rumos dessa história. Para mim, agradou bastante, mas conheço o público médio e não sei se terá a mesma aprovação que eu tive.

Sinopse

Uma ameaça sobrenatural desconhecida domina o mundo exterior, deixando a segurança de uma mãe, June (Halle Berry), e seus filhos gêmeos restrita à proteção de sua casa e ao vínculo inquebrantável da família. A mãe e seus filhos se mantêm ligados por cordas dentro de sua residência para protegerem-se do mal que assola o mundo lá fora. No entanto, quando um dos meninos começa a questionar a realidade do mal que os cercam, a frágil segurança da família começa a se desintegrar.

Uma boa direção de Alexandre Aja

Não Solte! é muito bem delineado em 3 atos. Ele é dividido em 3 capítulos e isso ajuda a montá-lo certinho e contar uma história bem completa. Alexandre Aja (Predadores Assassinos) é o diretor. Ainda é um nome não tão conhecido, mas é muito competente em seus filmes. Por mais que pareçam longas de classe B para baixo, faz um feijão com arroz brilhante a ponto de sempre se destacar. Aqui ele faz o mesmo. A história é simples, sem muitos personagens e consegue criar uma tensão grande só afetando o nosso psicológico junto com o dessa família.

A dúvida sobre a verdade é um dos seus trunfos

Afinal, essa mãe está tendo um surto psicótico há anos ou realmente o mal está a espreita? Essa dúvida vai pairar na nossa cabeça do início ao fim. Quando você acha que definitivamente sabe essa resposta, o roteiro chega para te dar uma rasteira. Porém, pistas estão espalhadas, e elas respondem com precisão a verdade. Não contarei para não estragar, mas mesmo no seu final, uma dúvida ainda fica em nossa mente. A tensão criada desde o início nos pega e acabamos virando mais um membro dessa família desesperada.

O final do 2º ato é bem corajoso

Um dos meninos tem a dúvida sobre se tudo é real e o outro é super fiel a tudo o que a mãe fala. Apesar do amor dos dois um pelo outro sentimos essa tensão entre eles aumentar e logo notamos que o conflito vai vir daí. O 2º ato nos dá um caminho muito corajoso e fiquei pasmo de como o roteiro seguiu um caminho nada fácil para explodir essa tensão. É nesse momento que vemos as coisas darem errado de verdade. Se antes tínhamos a proteção da casa e da corda, que são abençoadas e por isso a explicação de nunca soltá-las, agora temos o horror solto. Seja ele real ou apenas psicológico. Gostaria de comentar mais a fundo, porém, estaria entrando na zona de spoilers, e não pretendo seguir adiante.

Conclusão

Não Solte! me agradou bastante. Não é aquele terrorzão clichê e tenta nos contar uma história sobre sobrevivência e amor de uma família. Por isso, acho que muitas pessoas não vão gostar. Vão dizer que nada acontece, mas o seu ouro não é o horror, é justamente o relacionamento entre eles. No fim do mundo é só isso que possuem e vão lutar até o final para que fiquem juntos. Gostaria de poder comentar mais sobre o final, mas isso fica para uma oportunidade futura.

Não Solte! estreia nos cinemas em 07 de novembro.

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