Em 2022 foi lançado o Não Fale o Mal (Speak no Evil) que tem origem dinamarquês-holandesa. Foi escolhido como um dos melhores filmes de terror daquele ano. Prontamente entrou na minha lista para assistir, mas acabou que não consegui vê-lo. Fiquei surpreso quando soube que teria um remake hollywoodiano de tal filme, e ainda por cima estrelado por James McAvoy (Fragmentado). Mesmo sabendo um pouco do teor da história, devo dizer que foi uma grande surpresa. Me deixou grudado na cadeira até o último momento e já o destaco como uma das grandes obras do gênero desse ano.
Sinopse
Acompanhamos uma família norte-americana que, após se aproximar de uma família britânica durante suas férias na Europa, aceita um convite para passar um final de semana em sua casa de campo. Inicialmente, o cenário parece perfeito, oferecendo uma pausa tranquila. No entanto, o que deveria ser um fim de semana relaxante logo se transforma em um pesadelo sombrio. Os anfitriões começam a agir de forma estranha, revelando uma violência perturbadora e traços de maldade bem obscuros.
Origem da história
A história desse longa nasceu quando o diretor do original, Christian Tafdrup, conheceu uma família holandesa amplamente agradável que convidou ele e sua família para passar um tempo na casa deles. O diretor nunca aceitou o convite por achar estranho passar um tempo na casa de pessoas praticamente desconhecidas. Disso, ele começou a colocar para fora os pensamentos e fantasias mais sombrios do que poderia ter acontecido nessa viagem e assim temos o resultado dessa obra que é bem assustadora.
Constrangimento e o medo de dizer “não”
O suspense dessa obra é o trunfo dela. Sabemos que tem algo errado, mas não sabemos direito o que é. O nosso desconforto nasce através de situações constrangedoras que vão escalonando até não dar mais. Aquele sentimento que temos internamente de não sermos rude é amplamente sufocado e oprimido por nossos protagonistas, e com isso, as situações vão ficando mais estranhas a ponto de não conseguirem dizer “não” para os anfitriões. É assim que esse clima de terror nasce. A opressão com o medo de estar sendo mal-educado com pessoas aparentemente ótimas quebra essas personagens até o seu ápice.
Uma boa equipe na produção
A direção de James Watkins (A Mulher de Preto) é bastante competente por nos dar essa opressão e por criar um suspense a ponto de ficarmos na ponta da cadeira de tão nervoso. O roteiro também é dele junto com os roteiristas originais e ele nos fala muitas coisas antes mesmo antes de serem explicadas. Se tiver esperto, pegará várias dicas do que realmente está acontecendo. Aos poucos o quebra-cabeça ganha forma, mas pode ser tarde demais. James McAvoy também é um grande destaque. Esse é mais um trabalho incrível de sua carreira e é possível, sim, achá-lo uma pessoa divertida e aterrorizante ao mesmo tempo.
Conclusão
Não Fale o Mal é mais um ótimo nome para o gênero terror esse ano. Talvez classificá-lo como suspense/thriller seja melhor, porém, se imaginar nessa situação causa um terror internamente. O clímax dele é o famoso pega pra capar, onde não temos mais nenhum segredo para ser revelado, e mesmo assim a tensão te deixa completamente arrepiado e grudado na cadeira. Dizer em voz alta que os personagens estão sendo burros é normal e não se acanhem em fazê-lo.
Não Fale o Mal está em cartaz nos cinemas.