Eu diria nesse momento que não existe no mundo entusiasta maior do cinema do que o Tom Cruise. Durante a pandemia ele foi o grande nome que sabia da importância de estarem gravando um filme do tamanho de Missão Impossível nas condições de saúde complicadas que foram impostas. Ele brigou com pessoas da produção, lutou para gravar esse filme e ainda é o responsável pelas suas próprias cenas malucas que devem deixar qualquer diretor preocupado. Só sei que devo agradecê-lo muito por nos dar mais um ótimo filme com muito entretenimento e com aquela vontade dizer “isso que é cinema”.
Sinopse
Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe aceitam mais uma missão impossível. Agora, o grupo da IMF precisa resgatar duas partes de uma chave que é capaz de controlar uma grande arma a ponto de tornar a nação detentora de tal objeto como a mais poderosa do mundo. Ao mensurar o poder que tal arma traz, Ethan e seus companheiros se rebelam e resolvem traçar o próprio plano para que as chaves não caiam em mãos erradas. Enquanto isso, um inimigo do passado de Ethan retornará e deixará cada detalhe da missão muito mais impossível de ser realizada.
Isso é cinema
Aqui tem tudo o que faz de um filme ser chamado de blockbuster. Temos ótimas cenas de ação, uma direção muito boa, junto com um roteiro envolvente (embora tenha alguns pequenos problemas). A excelência é alcançada sem você nem perceber. Uma marca registrada dessa franquia é duvidarmos em algum momento que a missão realizada de nossos protagonistas vai dar errada. Diferente de qualquer outro filme que não tememos, aqui, é impossível não ficar na ponta do pé por diversas vezes.
Fui pego por esse nervosismo em diversos momentos e esse mérito ninguém pode tirar. A cena final dentro do trem é digna de estar nos murais por deixar o público mais nervoso no cinema devido ao seu alto nível de tensão. A perseguição pelas ruas de Roma também é excelente e mostra como uma grande cena do tipo pode alavancar o poder de um filme. As set pieces são todas bem planejadas e diria que são sim, perfeitas. Temos pelo menos umas 4 delas no filme.
Chritopher McQaurrie é um achado na indústria. Esse é apenas o 5º longa dirigido por ele, sendo que os 2 últimos foram o “Missão Impossível’ 5 e 6. Todos ótimos por sinal. A dobradinha dele com Tom Cruise tem dado muito certo. Além de diretor, ele também faz parte do time de roteirista do longa. Porém, o seu destaque maior é mesmo na direção. Ele consegue fazer takes incríveis com ângulos perfeitos que se incorporam a cena de forma bem orgânica. Imagina filmar uma cena de luta em um beco fechado que só passa uma pessoa. Ele faz isso e o resultado é ótimo.
Alguns problemas
Ele só não vai ter nota máxima para mim, pois pude perceber alguns pequenos problemas no roteiro. Os agentes “do bem” que estão a caça do Ethan Hunt me soam muito deslocados em toda a ação. Eles estão sempre dois passos atrás e por pouco não viram alívio cômico. Foram colocados ali pra ser mais uma pedra no sapato, mas eles só atrapalham mesmo. Outro problema é a complexidade da trama. Em seu ato final, me perdi um pouco nas explicações e só tive que aceitar. Houve uma reviravolta que não vi de onde veio e se resolveu em poucos segundos me fazendo me perguntar o que aconteceu ali. Mas acredite, são detalhes ínfimos em comparação ao seu todo.
Conclusão
Temos que lembra que esse é a Parte 1, ou seja, ele possui um final, mas a conclusão definitiva é somente no próximo filme. Uma situação foi resolvida, mas uma maior está por vir. Não duvido que o próximo venha com muito mais loucuras. Afinal, é isso que queremos. Mais ação, mais situações que nos deixem nervosos e mais Tom Cruise. O bom é que só vamos esperar um ano por isso. Se você for o tipo de pessoa que fala “já está no Missão Impossível 20”, esse filme não é para você. Caso seja um amante honesto do cinema, vá ver sem medo, pois ele entrega tudo e muito mais.
‘Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte’ estreia exclusivamente nos cinemas em 13 de julho.