Para quem está minimamente desligado do mundo automotivo darei um belo resumo sobre o que é a Lamborghini: ela é uma fabricante italiana de automóveis desportivos de luxo e de alto desempenho criada originalmente para competir com a Ferrari. O nome vem de seu idealizador chamado Ferruccio Lamborghini, o homem que é o personagem central desse filme. Aqui, vemos seu início humilde, seu sucesso e os problemas que se sucederam em sua vida.
Sinopse
Ferruccio Lamborghini (Frank Grillo) começou sua carreira fabricando tratores após voltar da Segunda Guerra Mundial. Ele teve essa ideia durante a guerra quando passou a projetar veículos militares. Já com seu nome consolidado na indústria, ele tenta uma parceria com a Ferrari para melhorar seus carros. Ao ser esnobado pelo próprio Enzo Ferrari (Gabriel Byrne), resolve criar do zero um carro que todos vão almejar mais do que uma Ferrari, o famoso Lamborghini.
Pouco valor de produção prejudica
Vamos lá, com calma. ‘Lamborghini…’ não é lá um filme ruim, porém, possui um valor de produção muito baixo. Bem ou mal, isso o prejudica, pois é possível notar o potencial dessa história. Não temos algo mais grandioso porque ele é “pobre” e preguiçoso. Nitidamente algumas cenas que eram para serem icônicas acabam sendo bregas e até forçadas, somente para mostrar um ponto. Como se fossem uma representação gráfica de histórias que já ouvimos falar por aí.
Tenho dois exemplos claros disso. O primeiro é quando, em uma festa, Ferruccio está desenhando em um guardanapo uns rabiscos do que seria o seu grande carro desportivo. Uma mulher aleatória chega e pergunta o que ele está fazendo. Ele mostra para ela o desenho e pergunta o que ela vê. A mulher responde que vê rabiscos e Ferruccio responde, sorrindo e sonhador, que está vendo uma ideia. Clichê e brega, mas ok. A segunda situação é quando Ferruccio aborda Enzo Ferrari saindo do trabalho para propor uma parceria. Cá entre nós né, Ferruccio já tinha seu nome consolidado, porque não marcou uma reunião como empresas normais fazem. Ele é simplesmente humilhado, fica com raivinha e diz que vai fazer um carro melhor. Precisava ser assim? Como falei, pobre e preguiçoso.
A direção é de Bobby Moresco, responsável pela produção de ‘Crash – No Limite’, o grande vencedor do Oscar em 2006. Aqui, no papel de diretor, faz o feijão com arroz completamente engessado. Não experimenta, não brinca e dá para sentir a burocracia que é filmar um longa. Frank Grillo (Capitão América 2 – Soldado Invernal) faz o nosso protagonista na maior parte da história e ele leva bem. Não brilha, mas também não corrompe a obra. Gabriel Byrne (Hereditário) está terrível sem nenhuma expressão e parecendo apenas um homem de negócio que já não sabe mais viver. Mira Sorvino, ganhadora do Oscar de Melhor Coadjuvante por Poderosa Afrodite (1995), não é nem a sombra do que já foi um dia. Nunca achei ela excelente, mas fazia seu trabalho direitinho. Agora, parece que está atuando com uma arma apontada para sua cabeça, tamanha é a falta de vontade dela estar em cena.
Conclusão
‘Lamborghini: O Homem Por Trás da Lenda’ é retratado em três atos: voltando da guerra e tendo a ideia da nova empresa, já com o seu sucesso consolidado e a busca pelo carro perfeito, e por último sua derrocada. Essa última, não é sobre seu fracasso, mas sobre os problemas que acumulou em vida. Friso que não é um filme ruim, vale muito como uma biografia interessante, mas ele falha em diversos pontos. O que poderia ser muito bom, é somente algo normal.