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Crítica: Jorge da Capadócia, é para o católico devoto de São Jorge

Não há dúvidas que São Jorge é um dos santos mais queridos que vemos por aí e é um dos que possui mais devotos no mundo todo. Ele é adorado pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e ainda possui alguns devotos na Igreja Anglicana. Além disso, no Brasil também está incluído na fé das religiões de matrizes africanas, como candomblé e umbanda. Todo esse fascínio por ele fez com que o tornasse muito popular. 23 de abril, dia de sua morte, é feriado no Rio de Janeiro, e em breve o filme Jorge da Capadócia está chegando aos cinemas para fazer parte das comemorações para venerar o santo guerreiro.

Sinopse

O ano é 303 D.C., Jorge (Alexandre Machafer) é um dos melhores guerreiros do Império Romano na época, tendo vencido várias batalhas seguidas, e assim acabou ganhando uma patente maior no Exército do Imperador Diocleciano (Roberto Bomtempo). O problema é que este mesmo Imperador resolveu perseguir os cristãos, caçando e brutalizando todos que não se submetiam às religiões romanas. É nesse ponto que Jorge se mantém fiel a sua fé e se impõe contra as ordens do Imperador, e dessa forma, sofrendo todas as consequências dessa decisão se tornará um mártir para todos os cristãos da região.

Fraco valor de produção

Eu não sou um conhecedor da história do São Jorge e vou ficar apenas com o que está contido nessa cinematografia. Dito isso, achei o seu início bem promissor. Temos uma cena de batalha com um close mais fechado e uma câmera lenta que me animou. Isso me fez pensar que estava vendo um filme épico que teria cenas grandiosas bem estilizadas. Ledo engano. Tirando essa cena inicial e algumas cenas áreas mostrando a região, muito bonita por obséquio, tudo o que vemos é uma produção sem muito valor, com interpretações duvidosas e uma direção que opta por filmar muito em lugares pequenos sem mostrar a grandiosidade dos feitos de Jorge.

Protetor de um ideal

Esse baixo valor de produção me pegou de forma ruim. Mesmo que sua história ainda seja interessante, não levei muito a sério as performances dos atores. Aqui, Jorge é tratado simplesmente como um novo Jesus. Seus feitos e sua fé o fazem tecer milagres dignos do messias. Isso me fez indagar se Jorge era um mártir da causa católica ou se ele mesmo era mais um enviado de Deus. Ou as duas coisas. Porém, na minha visão, ele soa mais como um protetor de um ideal. A fé inabalável que une devotos e subjuga um Império com novas crenças de que essa é a religião certa a se seguir. Complicado escrever esse texto sem ofender alguém de alguma forma.

Oprimido virando opressor

Um fato que colocarei uma polêmica a mais é notar que os cristãos são altamente perseguidos aqui, com direito a pena de morte se mantivessem o culto. Na época, eram os oprimidos e com o passar dos anos vemos como as coisas mudaram. Viraram opressores e todos que negavam Cristo também foram sentenciados a algum tipo de punição. Até hoje, ainda percebemos algum tipo de perseguição religiosa. Menos gráfica, porém presente na vida cotidiana. O tema do longa não é sobre isso e de longe chega a abordar algo assim, mas optei por colocar esse contraponto como forma de discussão.

Conclusão

Jorge da Capadócia foi feito para católico ver. Aquele fervoroso mesmo. Religião é sempre um tema complicado para se escrever e eu particularmente tenho dificuldades para botar no papel o que eu realmente penso. No nível técnico, posso dizer que é bem fraco. Quando falamos da história, digo que é minimamente interessante, mas não conversa comigo. Acabo achando uma história ficcional que venderam como real e funcionou.

Jorge da Capadócia estreia em 18 de abril nos cinemas.

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