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Crítica: ‘Invasão Secreta’ é mais uma série que não empolga

A minissérie em quadrinhos ‘Invasão Secreta’ da qual essa série deriva, foi um dos maiores eventos da Marvel Comics nas últimas décadas. Imagina descobrir que alguns dos maiores heróis da Terra foram substituídos por alienígenas transmorfos sem ninguém saber. A invasão invisível fazia com que qualquer um fosse suspeito. Aqui, a série pega a base dos quadrinhos, mas coloca toda essa situação em um escopo muito menor do que o proposto originalmente. Possui alguns bons momentos, porém, mais uma vez a Marvel Studios nos dá uma obra mais do mesmo.

Sinopse

Após descobrir que os skrulls estão tramando fazer da Terra o seu novo lar e com isso acabar com a humanidade, Nick Fury (Samuel L. Jackson) deixa a base S.A.B.R.E. no espaço para lidar com esse problema diretamente. Ele se sente responsável pelo que está acontecendo e se vê no direito e no dever de lidar com esse infortúnio. Se juntarão a ele nessa missão sua grande amiga Maria Hill (Cobie Smulders), seu velho amigo skrull Talos (Ben Mendelsohn) e Sonya Falsworth (Olivia Colman), uma espécie de Nick Fury do MI6, serviço secreto inglês.

O tom sério é bom, porém, a obra é apenas mais uma na forma de sucesso da Marvel Studios

Essa minissérie me chamou a atenção inicialmente por causa do seu tom mais sério. Amo as piadinhas providas pela Marvel Studios, mas eu estava necessitando de algo um pouco mais adulto. Uma série como essa seria perfeita. Espionagem, desconfianças e uma boa ação era tudo o que estava precisando para voltar a sentir uma emoção a mais. A verdade é que apesar do tom ser de um jeito que me agradou, o seu desenrolar até o final me pareceu arrastado e acabei essa aventura com um sentimento de que faltou alguma coisa.

O seu escopo menor, tendo que utilizar bem menos personagens, aumentou esse sentimento. Fica bem óbvio quem são os skrulls infiltrados e a pulga atrás da orelha nem incomoda. A falta de um grande plot twist que faria essa série ser minimamente lembrada no futuro não chega e o máximo que temos é uma obra mediana que serve apenas de apoio para algum filme vindouro. Um erro corriqueiro da Marvel nos últimos tempos.

Nick Fury e Gravik

A culpa do Nick Fury no desenrolar da história é bem trabalhada. Ele prometeu aos skrulls que acharia um novo lar para eles. Em troca, queria apenas que os skrulls trabalhassem para ele. O problema é que o tempo passou, Fury usou os skrulls e um lar nunca foi achado. Com isso, surge Gravik (Kingsley Ben-Adir), um skrull determinado que resolve que a Terra será o lar deles. Sabendo que é impossível viverem todos juntos pacificamente, ele resolve que vai destruir os humanos.

Um bom vilão, com um bom motivo para ser mal. Inteligente e bastante ambicioso com o que quer. Outro problema, também, é que tudo se degringola. Se ele parece um ótimo líder no início, tudo vai se desfazendo até o último capítulo e acabamos com mais um vilão que só quer destruição sem um real propósito. O artifício de eliminar bons personagens para mostrar como ele realmente é um grande vilão é usado aqui e tudo é desperdiçado no final por causa de uma velha mania que a Marvel Studios tem para tratar os seus grandes vilões. Aproveito isso para falar mal de um roteiro que não consegue seguir suas próprias regras e que fica subjugado a poucos personagens.

Boas questões levantadas no final

Em seus últimos momentos uma grande questão foi levantada. Estamos vivendo em um mundo com pessoas muito radicais e imagina se descobríssemos que algum colega de trabalho, um vizinho ou até um grande amigo é um alienígena? O que acha que aconteceria? Todos iriam apertar as mãos e ficaria tudo bem? Lógico que não. O ódio incentivado em seus momentos finais lembra alguns líderes que vemos por aí e por causa disso começamos a assistir vários casos de assassinatos aleatórios. Alguns tendo como vítimas skrulls e em outros momentos pessoas humanas que os assassinos achavam que eram skrulls. Uma ótima discussão em pauta, mas que não é debatida, é apenas colocada ali para quem sabe no futuro isso seja mais trabalhada. Ao meu ver, mais uma chance perdida.

Conclusão

‘Invasão Secreta’ não é uma série ruim, porém esbarra na falta de um grande clímax e por se perder dentro de uma história com um escopo pequeno. Tramas sub valorizadas e um corre para lá e corre para cá que acaba meio sem sentido. Poderia ter sido, sim, muito melhor, mas como falei, não é tão ruim quanto possa parecer. Por ter poucos episódios, ela pode ser uma daquelas séries facilmente maratonadas em um final de semana. Quem acompanhou semanalmente, deve ter sofrido. Vendo de uma vez talvez seja a melhor forma.

‘Invasão Secreta’ já está completa na Disney+.

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