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Crítica: ELVIS, é uma bela cinebiografia do Rei do Rock

Quando nasci, Elvis Presley já havia morrido. Nunca entendi muito bem a sua importância cultural e pop, pois não vivi absolutamente nada disso. No decorrer dos anos em que fui me entendendo por gente, fui pegando referências ali e aqui e comecei a montar o quebra-cabeça sobre a persona dele. Apesar disso, posso dizer que foi ‘Elvis’ que realmente me fez entender toda a sua importância. O alvo dessa crítica é um ótimo retrato da vida do cantor e ele nos leva da empolgação até os seus momentos finais que podem causar, algumas certas, lágrimas em seu rosto.

Sinopse

Nessa cinebiografia do famoso cantor Elvis Presley (Austin Butler) acompanhamos todos os anos em que ele fez sucesso. Desde o seu surgimento, ascensão, decadência, ascensão novamente, até os seus dias finais de vida. Na base de tudo isso, temos o relacionamento com o empresário Tom Parker (Tom Hanks) que foi o grande responsável por sua fama quanto por sua decadência. Em meio a perda da inocência do astro em meio aos anos, ainda temos o encontro dele com Priscila Presley (Olivia DeJonge) que foi fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida.

Elvis e Tom Parker

No início do longa, nós já somos apresentados ao “Coronel” Tom Parker ao meio de cortes de edição do Elvis em plena ascensão. Já fica claro desde esse momento que ele foi o grande responsável por tudo na vida do cantor: ascensão e decadência. Ele se acusa como culpado ao mesmo tempo em que tira o seu corpo fora. Bem ou mal, é seguro dizer que um não existiria sem o outro. Existe uma espécie de relacionamento simbiótico entre os dois. Mesmo quando o cantor tenta se desvincilhar do empresário, ele é obrigado a ficar por questões contratuais. Claramente, isso foi um golpe duro na vida do ídolo.

Ver como tudo foi conduzido é impossível não sentir uma certa raiva e um grande pesar. Não há dúvidas da importância do Elvis na cultura pop e o quanto ele ainda poderia ter sido maior mundialmente caso os acontecimentos fossem lidados de uma forma mais humana e menos gananciosa por parte de seu empresário. Tirando esses momentos que realmente pegam em nossa alma, é simplesmente brilhante ver todo o trabalho feito para essa produção.

Baz Lurhmann

O diretor Baz Lurhmann é o grande responsável por essa obra. Quando você se lembra de suas obras anteriores como ‘Moulin Rouge – Amor em Vermelho’ de 2001 e ‘O Grande Gatsby’ de 2013, lembramos o quanto ele é brilhante tecnicamente. Ele sabe demais usar a direção de arte a seu favor e criar momentos realmente incrivelmente lindos e que ficam marcados em sua memória. Alia isso a montagem de videoclipe junto com uma bela fotografia e temos cenas incríveis sempre embaladas com músicas do cantor de uma forma que deixa tudo dinâmico e muito entendível. Considero tudo isso muito perfeito.

Austin Butler e Tom Hanks

Pela primeira vez (que eu me lembre) vejo Tom Hanks (Forrest Gump: O Contador de Histórias) fazer um papel de uma pessoa que está bem longe de ser boa. Ele está muito bem no papel, como sempre o é, mas dessa vez não é o grande destaque. O holofote dessa vez fica em cima de Austin Butler (Era Uma Vez Em…Hollywood) que destrói atuando no papel principal. Todos os seus trejeitos como o modo de andar, falar e cantar estão divinamente representados aqui. Sua performance está tão boa que conseguiu uma indicação como Melhor Ator no Oscar graças a essa interpretação de milhões. Não deve ganhar, mas mostra o quanto ele tem talento e o quanto ele ainda pode crescer.

Priscila Presley

A minha única crítica negativa fica com a relação com o grande amor de vida do Elvis, Priscila Presley. Não temos uma introdução formal dela no longa, simplesmente aparece e deduzimos que é ela. Não entendemos direito esse amor e de onde veio. Em um determinado momento da projeção, as luzes são apontadas para ela, mas mesmo assim, não é desenvolvido muito bem. Fica simplesmente jogado e quando o casamento termina não sentimos tanto quanto deveríamos. É um momento dramático que era para ser doloroso até para nós.

Conclusão

Os seus 159 minutos (2 horas e 39 minutos) de duração não atrapalham em nada. O filme poder ser gigante que for, desde que conte sua história de forma brilhante e que não pareça cansativo. ‘Elvis’ possui essa proeza e certamente foi um dos melhores longas de 2022. Não por acaso, ele está indicado a 8 categorias no Oscar desse ano. Não sei se tem forças para sair vencedor em muitas categorias, mas a sua qualidade técnica aliada ao valor sentimental da obra é de primeira classe e isso já é o suficiente para mim.

‘Elvis’ se encontra no catálogo da HBO Max.

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