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Crítica: ‘Elementos’, não é épico, mas ainda assim, é lindo

Começar um texto enaltecendo a Pixar é o mesmo que chover no molhado. Todo mundo já sabe da competência da empresa e a qualidade tanto técnica quanto emocional que ela nos proporciona. Quem nunca chorou com algum filme deles já está morto por dentro. A excelência deles é tanta que até quando ficam abaixo do esperado, conseguem entregar uma obra minimamente agradável e prazerosa de ser vista. ‘Elementos’ entra nessa categoria: “não faz parte do top da empresa, mas ainda assim é incrível”.

Sinopse

Em ‘Elementos’ somos apresentados a Faísca Luz (Leah Lewis/Luiza Porto), uma jovem oriunda do elemento fogo que pretende herdar a lojinha de conveniência de seu pai. O problema é que ela é muito “esquentada” e em um ato de raiva põe tudo a perder atraindo, sem querer, Gota D’Água (Mamoudou Athie/Dláigelles Silva) um fiscal da prefeitura, oriundo do elemento água, que resolve autuar a lojinha por ter vários problemas. Sem saberem, os dois irão se apaixonar e terão que conviver com o preconceito de suas famílias por serem de elementos diferentes.

O Encontro de Carl

Antes de comentar sobre o filme em si, devo mencionar o curta-metragem que antecede ‘Elementos’ nos cinemas: O Encontro de Carl. Depois de 5 anos sem essa prática, a Pixar resolveu exibir um curta antes da sua obra principal. Nele, vemos o Carl de ‘Up – Altas Aventuras’ (2009) tendo que lidar com o seu primeiro encontro amoroso após a partida de sua querida esposa Ellie. Ele é bem pequeno, mas já é o suficiente para te deixar emocionado. Não possui nada de altamente relevante, mas te pega pelo coração e ao acabar, um sorriso vai te preencher sem você notar.

Pixar sendo Pixar

Quando as primeiras imagens de ‘Elementos’ começaram a surgir, logo uma comparação foi feita: ‘Elementos’ será um novo tipo de ‘Divertidamente’. Se antes tínhamos emoções, agora teremos elementos. Bem, agora posso dizer que tudo isso estava completamente errado. A história é completamente diferente e aqui, ela é muito mais simples do que poderíamos esperar. Se eu disser que ela é um ‘Romeu e Julieta’, não estaria exagerando, pois como sempre vemos e ouvimos por aí, água e fogo não se misturam.

A história apesar de parecer clichê, e sim ela é, possui algo que só a Pixar sabe nos proporcionar que seria a emoção colocada em pontos chaves. Ela consegue criar momentos fantásticos e fica impossível não nos apaixonarmos pelos nossos protagonistas. É lindo mesmo, na mais pura arte que essas palavras podem proporcionar. Essa é a força dessa animação. Além de termos personagens incrivelmente bem trabalhados, ainda temos uma técnica de animação que deixa tudo muito vivo em tela. Tanto a água quanto o fogo. Lindo demais.

Preconceito

Um dos grandes temas tocados aqui é o preconceito. No caso, cada elemento não pode se misturar com o outro. Quimicamente faz sentido, pois a água pode apagar o fogo, ou até mesmo o fogo pode evaporar a água. Mas ele toca um pouco fora da tela também, quando claramente é dito que eles não podem nem mesmo ser amigos. Esse filme também é sobre isso e embora não seja algo tão pesado, é possível pegar as situações e colocar no nosso mundo real. O caráter vale mais do que qualquer outra coisa.

Conclusão

Sejamos francos, ‘Elementos’ não fica nem entre os top 10 da Pixar. Ele é clichê, não traz uma história genuinamente nova, porém, ela tem coração, e muito. A relação entre nossos protagonistas e deles com suas famílias é linda demais. Quem é apegado a família, vai sentir isso muito mais e aquele clássico choro pode vir nos momentos finais. É emocionante e muito respeitoso com todos. Ou seja, pode não ser um dos melhores, mas ainda vale muito.

‘Elementos’ estreou nos cinemas em 22 de junho.

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