Verdade seja dita, eu estava com muitas saudades dos filmes do MCU. O último tinha sido As Marvels no final de 2023. Sei que tivemos Deadpool & Wolverine em 2024, mas ainda considero ele uma facção da antiga FOX que começou a reverberar agora no universo principal da Marvel. Com esse pensamento em mente, digo que foi mais de um ano de espera para uma nova obra. Capitão América: Admirável Mundo Novo foi incumbido da missão de começar uma nova era dos heróis da Casa das Ideias. Ele chega com mais “pé no chão” e dá o pontapé para os grandes eventos que virão por aí nos próximos anos.
Sinopse
Sam Wilson (Anthony Mackie) é o novo Capitão América e já se encontra consolidado nessa nova posição. Em sua primeira missão cinematográfica terá que desvendar a conspiração nefasta que começou com a tentativa de assassinato do recém-eleito novo presidente dos Estados Unidos, Thaddeus “Thunderbolt” Ross (Harrison Ford). Antagonistas no passado, agora terão que se unir para evitar uma crise mundial sem precedentes. Um antigo inimigo do passado está a espreita e ele pode libertar monstros interiores de qualquer um.
Uma bagagem do MCU pode ser necessária
Para entender por completo esse filme sem ficar perdido com passagens de tempo e personagens esquecidos, é importante que tenha visto O Incrível Hulk (2008) e a minissérie de Falcão e o Soldado Invernal (2021). Não é obrigatório, mas seria bom, pois esse novo filme deriva automaticamente dessas duas obras. Dito isso, uma coisa automaticamente me veio a cabeça: se esse filme tivesse sido produzido há 10 anos talvez o seu sucesso fosse certo ou pelo menos seria melhor recebido. Apesar de ser divertido, não tem a pegada necessária para torná-lo memorável.
Boas cenas de ação e um clímax fraco
O maior destaque para esse novo longa são as cenas de ação. Gostei bastante do que vi e uma porradaria franca foi me dada de forma honesta. Temos pelo menos três cenas emblemáticas por aqui: a cena de abertura, o combate na ilha do Celestial e o clímax. A primeira é boa; a segunda é bem empolgante e inventiva; a terceira é um excelente sequência, mas péssima para fechar um filme. Ela resolve um problema, mas dá uma sensação de que faltou algo. Afinal, estamos falando de um plano nefasto e parece que tudo foi resolvido fácil e me pergunto até agora o porquê. Fiquei esperando uma consequência e nada. Simplesmente acaba depois de alguns desfechos e pronto. O que eu queria ver vai para as cenas pós-créditos e mesmo assim não me empolgou.
O maior inimigo do Capitão América é o roteiro
Sam Wilson não tem o mesmo carisma de Steve Rogers, mas ele se esforça bastante. É um bom personagem, é justo e possui a bondade necessária para vestir o manto. Até aí tudo bem. O problema é quando a trama começa a ficar mais intrincada. Conseguimos entender facilmente as peças do jogo e o plano crucial do vilão, mas de certa forma tudo se perde. Temos um Giancarlo Esposito (Giancralo Esposito) completamente subutilizado. Ele é um ótimo ator, tem presença em tela, mas seu personagem é jogado para escanteio e esquecem ele no churrasco. E isso porque ele entrou nas regravações posteriores do longa. O lutador profissional da WWE, Seth Rollins, e a atriz Rosa Salazar (Alita: Anjo de Combate) que faziam parte da Sociedade da Serpente foram completamente cortados da versão final.
Outro ponto negativo é quando nos momentos antes do clímax vemos o grande vilão da história matando um personagem para esconder a verdade para na cena seguinte ele mesmo contar a verdade para nosso herói e simplesmente se entregar. Por quê? Isso resulta em um final sem a devida emoção, pois a luta não é contra o grande vilão e sim contra um antagonista. Isso deixou tudo mais fraco e sem emoção. A briga final esperada foi deixada para lá. Não existiu e podemos dizer que de certa forma o vilão venceu, pois conseguiu o que queria e nem foi derrotado por nosso herói bandeiroso.
Conclusão
Capitão América: Admirável Mundo Novo diverte, mas não empolga. A pipoca com refrigerante junto com ar condicionado estão garantidos, mas está longe de ser uma obra memorável do MCU. É um filme episódico que possivelmente vai continuar em outras obras vindo por aí. A introdução do Hulk Vermelho é legal e já conseguimos imaginar para onde isso vai. O prenúncio de um futuro tenebroso para nossos heróis é pincelado nas cenas pós-créditos, mas nem isso foi capaz de me empolgar. Agora é esperar por Thunderbolts* (maio) e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (julho) que estrearão em breve por aqui também.
Capitão América: Admirável Mundo Novo estreia nos cinemas em 13 de fevereiro.