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Branca de Neve é honesto, mas possui coisas mal feitas

A animação de 1937 da Branca de Neve deve ser considerada o Cálice Sagrado da empresa. Um clássico atemporal que atingiu diversas gerações e que continua no imaginário popular. Podemos dizer que foi esse longa que moldou a Disney a ser como ela é hoje. Originalmente, a história foi escrita pelos Irmãos Grimm como um conto de terror, mas foi na empresa do Mickey Mouse que a personagem ganhou fama e o mundo. Escolher fazer um live-action desse clássico foi uma decisão minimamente ousada e que repercutiu muito mal por aí. Até mesmo quando as primeiras imagens saíram, ainda não convenciam com essa nova obra. Posso adiantar e dizer que achei uma produção honesta, mas com muitas ressalvas.

Sinopse

Uma rainha má (Gal Gadot) e bela resolve, por inveja e vaidade, mandar matar sua enteada, Branca de Neve (Rachel Zegler), a mais linda de todas. Mas o carrasco que deveria assassiná-la a deixa partir e, durante sua fuga pela floresta, encontra a cabana dos sete anões, que trabalham em uma mina e passam a protegê-la. Algum tempo depois, quando descobre que Branca de Neve continua viva, a Bruxa Má disfarça-se e vai atrás da moça com uma maçã envenenada, que faz com que Branca de Neve caia em um sono profundo por toda a eternidade.

Acertos honestos

Vamos com calma que esse filme pode ser bastante controverso. Minha expectativa estava lá embaixo. Não estava nada empolgado para vê-lo, mas são ossos do ofício. A verdade é que achei o filme bem honesto com o original, conseguindo modernizar certas coisas ao mesmo tempo que mantém toda a essência da personagem ali. Os figurinos clássicos da Branca de Neve e da Rainha Má nos dão uma aura de nostalgia e as músicas ajudam bastante no desenrolar da história. Mesmo os anões sendo meio bizarros, devido ao CGI, entregam uma boa comédia e conseguimos nos afeiçoar a eles facilmente. A cena de introdução deles cantando “Heigh-Ho” chegou a me emocionar. Apesar dessas coisas boas, é preciso dizer também que ele possui alguns problemas.

Problemas bobos que precisavam de um esmero a mais

Tive a impressão que a Disney se autoplagiou aqui. Eles “inventaram” os contos de fada de princesa e aqui eles fazem isso de um modo muito plastificado que remete a qualquer produção de linha B que temos por aí. Se eu elogiei o figurino de Branca de Neve e da Rainha Má, pode parar aí. O resto é de uma simplicidade tão grande que beira a preguiça e falta de esmero. A história é bem fiel, mas possui um clímax horrível. Era para ter sido grandioso, mas não passou de uma vergonha alheia que doeu. A Rainha Má toda pomposa e poderosa é derrotada de um modo muito fácil. O poder do amor e da gentileza se sobressai sobre qualquer grandiosidade que ela viesse a propor. A Rainha Má simplesmente esquece que é poderosa e se deixa vencer pela raiva. Levei tudo numa boa, mas esse final foi de doer.

Rachel Zegler e Gal Gadot

Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor) nunca foi o problema. Já ouvi dizerem por aí que ela é feia para o papel. Pelo amor de Deus. Posso dizer que ela é a melhor coisa desse filme. Ela consegue ser doce, gentil e completamente amável. Ela salva demais esse longa e digo veementemente que foi a escolha certa. Além do que, ela canta demais e manda muito bem nessa tarefa. Já Gal Gadot (Mulher-Maravilha)… continua bela e exuberante, mas não parece ter se encontrado como a Rainha Má. Ouso dizer que essa é uma das piores interpretações de sua vida. Até posso estar exagerando, mas essa foi a sensação quando terminou. Ainda mais com sua vexatória cena final.

Conclusão

Branca de Neve não é horroroso e nem a última maravilha do mundo. Está ali na altura do medíocre. Acredito que crianças irão se divertir. Para mim, elas são o grande alvo dessa produção. Quem tem um grande apelo pela personagem pode vir a gostar também, mas acredito que a grande maioria das pessoas não vão recebê-lo tão bem. Vale lembrar que ele, de certa forma, também é um musical. Temos músicas inéditas compostas por Benj Pasek e Justin Paul, os dois de La La Land (2016) e O Rei do Show (2017). Elas são boas, e ajudam a salvar o que há de bom nele. Agora é esperar para ver se a Disney terá um sucesso ou desastre nas mãos.

Branca de Neve estreia nos cinemas em 20 de março.

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