É muito difícil escrever uma resenha do novo Batman após todos já terem visto e terem debatido por aí. Esse fato faz com que nada que eu escreva aqui soe como uma novidade e que já não tenham visto em algum outro lugar. Mesmo assim gostaria de expor o que achei dele e dizer o quanto me diverti. Esse é um projeto que estava cético desde o início, não por Matt Reeves, do qual eu confiava, mas pelo Robert Pattinson (O Farol). Tive dúvidas se ele representaria bem o personagem, e posso dizer que ele fez um bom trabalho.
Sinopse: “The Batman é um thriller tenso e cheio de ação que retrata o Homem-Morcego em seus primeiros anos, lutando para equilibrar a raiva com a justiça enquanto investiga um mistério perturbador que aterroriza Gotham.”
Como fazer um novo filme de um personagem que já teve várias versões por aí com uma abordagem diferente e que seja bom? Esse era o grande problema que Matt Reeves (Planeta dos Macacos: O Confronto), diretor e roteirista, tinha nas mãos. Ele acabou optando pelo Batman detetive. Por mais que o herói seja conhecido por sua grande habilidade de desvendar crimes, isso nunca tinha sido usado com afinco em seus longas. Essa foi a base escolhida para guiar essa obra.
Qual vilão se adequaria melhor a essa abordagem? Essa deve ter sido a pergunta seguinte feita pelo diretor. O Charada acaba sendo realmente a melhor resposta para esse dilema. A sua versão do personagem aqui, interpretada por Paul Dano (Sangue Negro), é bem bizarra e assustadora. A sua linha lembra demais filmes como Jogos Mortais, Seven: Os Sete Crimes Capitais e Zodíaco. Esse é o tom que ele carrega e já sentimos o peso que ele traz a trama. Para mim, ele leva muito bem a sua interpretação que culmina em um plano megalomaníaco, que a meu ver, é um dos únicos pontos fracos da projeção. Estava gostando dele ser menor e mais contido. Quando ele resolve ser grande demais, acaba pecando pela falta de tom.
Todo o clima do longa é daqueles estilo noir. Muita escuridão, com mistérios e aquela atmosfera de opressão. Além do Charada, temos uma trama que se enrola à principal que vai nos ajudar a desvendar os podres de Gotham City. Essa engrenagem é excelente, pois apesar de não sabermos para onde vai, consegue fechar perfeitamente a ponto de não desperdiçar nenhum personagem. Esse clima mais devagar com uma longa duração (2h 56min) pode deixar o mais impaciente e ansioso com uma certa monotonia. Afirmo que a jornada vale a pena.
O elenco desse filme é incrível, além de ter uma galeria de personagens impecáveis. Nomes como Zoë Kravitz (Mad Max: Estrada da Fúria) como Mulher Gato; Colin Farrell (Por Um Fio) como Pinguim; e John Turturro (E Aí Meu Irmão, Cadê Você?) como Carmine Falcone nos trazem os vilões que aprendemos a amar. Temos mais gente de peso, mas vou me ater somente a eles.
Batman também não possui muitas cenas de ação. Todas são pontuais e agregam ao roteiro, mas tenho que destacar uma em especial: a cena do Batmóvel. Eu, como fã, sempre fico com o pé atrás quando resolvem inovar em algo e aqui não foi diferente. Quando eu vi esse novo modelo, não gostei. Ele me lembrou um hot wheels junto com o Interceptor de Mad Max. Como amo queimar minha língua nessas horas, ao vê-lo em ação tive altas doses de felicidade. Ele parece um dragão doido para engolir sua presa. Toda a sequência de perseguição que se sucede é boa demais com uma culminação que para mim já soa como clássica.
Até gostaria de falar mais, mas minha resenha acabaria gigante. O que posso é dizer que essa nova versão é uma boa adaptação do herói. Não a achei perfeita, mas me foi bastante satisfatória. Em seu final, ainda tivemos um pequeno vislumbre de um famoso vilão do herói que podemos ver em sua continuação. Sequência essa que só não está certa ainda por questões burocráticas, mas já julgo como fato concreto. Posso dizer com alívio agora que o personagem está em boas mãos.
Batman já está em cartaz está nos cinemas.