Filmes apocalípticos sempre possuem uma fascinação com o público. Comigo também, e muito. Não posso saber que sairá um filme do estilo que já quero assisti-lo. A Linha da Extinção cria um mundo no estilo que lembra um pouco Um Lugar Silencioso (2018) com The Last Of Us (2023 – ). Não falo das ameaças em si, mas sim do clima instaurado após um evento catastrófico que dizimou mais de 90% da população. Por gostar muito, conheço certas regras do estilo. Apesar do filme entreter, o roteiro deixa muito a desejar em muitos momentos, principalmente, no uso das regras.
Sinopse
O mundo sofreu um ataque de criaturas misteriosas e indestrutíveis de uma hora para outra. Os únicos sobreviventes vivem na altura acima de 2400 metros. Linha da qual separa um lugar seguro da extinção dos seres humanos. Em um desses refúgios conhecemos Sam (Anthony Mackie), um pai que precisa salvar a vida do seu filho a qualquer custo. Por ser uma doença grave, os remédios que vão ajudá-lo estão somente na cidade mais próxima que fica no nível do mar. Agora, Sam e um pequeno grupo de pessoas ousarão adentrar no território proibido para salvar a vida do menino, e quem sabe da humanidade.
Faltou regras do estilo
Não achei esse filme ruim. Conseguiu me entreter bastante, mas é inegável que ele tem problemas. É nisso que quero focar. As regras a que me referi ali em cima não são bem aplicadas e tentarei explicá-las. A principal é que faltou gente para morrer. Uma missão honrosa em busca de salvar uma criança precisava de um grupo maior. Não só isso, uma empatia sobre eles teria que ser grande para sofrermos a perda de cada um pelo caminho. O pouco número de pessoas criou uma certa falta de importância e perigo real por sabermos de cara quem seria a bucha de canhão.
Roteiro inconsistente
De cara, sabemos quem vai morrer e eles erram de novo como isso acontece. Quando um personagem sobrevive a uma morte certa fica estabelecido que ela não morre mais. A não ser que ela tenha uma morte honrada que salve pessoas. Não é o que acontece aqui. É totalmente boba e todo o crescimento que a pessoa teve até esse momento se esvai em um grande nada. O “deus ex machina” também dá as caras por aqui. Ninguém consegue causar uma ferida nessas criaturas. Balas não afetam a criatura, apenas retardam. Temos uma cientista que possui uma teoria de como derrotá-las e até aí ok. O problema é que a solução veio do nada e nem dita foi. Ela olha para certo objetos e cria a arma fulminadora de monstros. Nem uma explicação de leve sobre o que ela realmente fez ficou claro.
Parece ter vergonha de si mesmo
Parece que o longa tem vergonha dele mesmo. Não sabemos de onde surgiram as criaturas e nem qual é o seu real propósito. Quando indagados sobre isso, apenas olham para o céu dando a indicação que podem ter sido feito por alienígenas, mas não falam nada sobre isso e deixam para lá. Só no finalzinho, nas cenas no meio dos créditos, sem falarem nada, apenas com imagens, entendemos o que realmente são e o que virá a seguir.
Conclusão
Fiz parecer que A Linha da Extinção é um filme ruim, e não é. Ele não se propõe a ser grande e é bem objetivo sobre o que ele quer ser. Consegue nos causar algumas emoções como pavor e nervoso dignas do estilo e isso é bom. O meu problema com ele foram justamente algumas inconsistências no roteiro que me fizeram pensar que poderia ter sido bem melhor se fosse lapidado de forma certa. Será que uma continuação vem por aí? O seu final dá a entender que a grande batalha só está começando, mas acho que acaba por aqui mesmo. Mais uma dúvida ainda permanece: por que 2400 metros?
A Linha da Extinção estreia nos cinemas em 21 de novembro.