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Crítica: A Libertação, funcionaria melhor como drama do que como terror

A Libertação é o novo filme de horror que chegou há pouco na Netflix. Ele mostra o caso real da família de Latoya Ammons. Aparentemente, teve muita repercussão lá fora, mas por aqui não lembro de ter sido comentado em algum lugar. O que dá o aval para que essa história seja real é o fato de que tiveram diversas testemunhas do que aconteceu. Entre eles, o Departamento de Polícia, o Departamento de Serviços Infantis, Funcionários do Hospital onde as crianças foram internadas e até mesmo a Igreja. Essa soma de fatores nos dá a impressão de que veremos algo assustador, mas acabamos vendo apenas mais do mesmo sem nenhuma novidade efetiva.

Sinopse

Ebony Jackson (Andra Day), muda-se com sua família para uma casa em Indiana a fim de um recomeço em sua vida. Mas assim que chegam no local, ela percebe que uma energia sinistra já vive ali e as ocorrências estranhas e demoníacas que convencem a eles e à comunidade de que a casa é um portal para o inferno. Agora, com a ajuda da apóstola Bernice James (Aunjanue Ellis-Taylor), Ebony enfrenta essa energia maligna para salvar a alma de seus filhos.

Bom início

O resultado final é um mais do mesmo, mas começa de uma forma boa. Antes de qualquer incidência sobrenatural, acompanhamos a vida dessa família. O drama por si só oriundo deles já nos dava algo bom. A mãe que cuida sozinha de 3 filhos e ainda acolhe sua própria mãe na casa, da qual ela nutre um profundo ressentimento. Ebony está longe de ser uma mãe exemplar, ela é cheia de falhas, mas trata os filhos da melhor forma que pode segundo as condições que possui. Essa base familiar por si só, é um ótimo drama que deveria ser mais explorado para o bem da narrativa.

Preferia ter ficado apenas com o drama familiar

As coisas começam a desandar quando os fenômenos estranhos começam a acontecer. Isso soou muito estranho para mim, pois a história é sobre isso e ele estava me dando um bom drama familiar. Queria continuar vendo isso, mas não foi o que recebi. Sabemos que longas baseados em histórias reais recebem o floreio para ser melhor adaptado para essa mídia. No hospital, vemos do nada a criança subindo pelas paredes e sendo observada pela assistente social. O que me chocou nisso é saber que nos registros oficiais do caso isso realmente aconteceu. Soando muito contraditório foi nesse ponto onde a trama me perdeu. Cheguei no ponto em que a ficção teve que se tornar mais plausível do que a realidade.

Elementos mal explorados

Temos alguns elementos que eram para terem sido melhores explorados na trama. O lance da religião acabou sendo muito tacado. A mãe de nossa protagonista virou uma devota de Jesus Cristo mesmo depois de ter feito muitas coisas ruins com ela. Esse ressentimento era um prato cheio para um desenvolvimento entre as duas, mas isso é simplesmente tacado fora. Do nada, Ebony, que não parecia ser nem um pouco devota a Deus, se tornou o recipiente da fé e da luta contra as criaturas do inferno. Esse foi outro detalhe que não consegui comprar. Tudo repentino e mal explorado.

Conclusão

A Libertação poderia se chamar Mais Um Filme de Exorcismo. A explicação do porque é uma libertação e não exorcismo também não me desceu. É só um simples porque sim. Se esse longa fosse galgado no drama e somente isso, tenho certeza que teria saído algo muito melhor. Quando ele escolhe ser um gênero voltado para o terror, degringola tudo e acaba não sendo nem um pouco satisfatório. Uma pena, pois consegui sentir o potencial dele.

A Libertação está disponível no catálogo da Netflix.

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