Bem antes da estreia de ‘Spencer’ muito já era falado dele. Principalmente da atuação da Kristen Stewart como a Princesa Diana. Muitas pessoas já davam o Oscar para ela sem nem terem visto o filme, apenas baseado no trailer. Achei tudo um exagero. Fiquei longe de qualquer hype sobre ele e esperei para vê-lo bem depois de seu lançamento. A atriz chegou a ganhar uma indicação a Melhor Atriz no Oscar desse ano, mas acabou não ganhando. Na minha opinião, ela está bem, mas alguns trejeitos dela já vistos antes em outras obras atrapalham um pouco no todo. Justiça seja feita, ainda assim esse é um dos maiores trabalhos dela.
Sinopse: “SPENCER narra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o príncipe Charles (Jack Farthing). O casamento da princesa Diana e do príncipe Charles que já vinha há um tempo bem frio. E embora haja muitos rumores de casos e de divórcio, a paz foi ordenada para as festividades de Natal no Queen’s Sandringham, a casa de campo da Família Real. O evento é repleto de comida e bebida, tiro e caça. Diana conhece as regras do jogo de aparências. Mas este ano, as coisas serão muito diferentes.”
Para entendê-lo e apreciá-lo de forma completa é preciso ter um certo conhecimento da história real. Ele se passa em 3 dias durante as festividades de Natal da família real e o contexto já é o do final do casamento de Charles com Diana. Lembro até hoje dos rumores de que Charles tinha uma amante. Tudo isso se comprovou verdade depois, mas no período desse longa, era apenas um rumor. Então aqui, acompanhamos uma Diana perdida nesse emaranhado de intrigas onde ela se via como uma grande intrusa dentro da realeza inglesa.
É nesse contexto que aprecio a direção de Pablo Larrain (Jackie). Ele consegue fazer um filme claustrofóbico e por muitas vezes também cria um certo terror de toda essa situação. Onde poderia ser visto apenas como um drama, ele transforma os sentimentos da princesa em algo que poderia ter deixado ela maluca. O forte constrangimento pela humilhação que ela estava passando afeta ela diretamente e fica difícil se comportar conforme as etiquetas da família real inglesa.
Um excelente momento do filme é quando ela percebe que é preciso ter duas Dianas: uma sendo ela verdadeira e a outra que o mundo de fora deveria conhecer. Imagina o quanto isso deve ser difícil. É como você ter que atuar, ter que parecer que está tudo bem quando não está. Quando a situação a faria gritar, ela tem que acenar e sorrir. Desse ponto de vista, acabamos vendo a Rainha Elizabeth como uma grande vilã. A verdade é que ela é tão humana quanto a Diana. A diferença é que a rainha aprendeu a se comportar de acordo com o jogo. Bem ou mal, Diana era como a gente. Esse mundo não era para ela.
Como ponto negativo deixo somente a fotografia. Não gostei mesmo. O uso de muitos tons pastéis me deu a impressão de algo muito envelhecido. Até pode ter sido a ideia, mas não me agradou muito. De resto, só tenho elogios. Direção e atores bem afinados e uma boa história que nos fez entender toda a psique da Diana nesses últimos dias de casada. Lembrando que o que acontece nesse longa é apenas um exercício de imaginação de como teria sido e não uma verdade absoluta.
‘Spencer’ já pode ser encontrado para aluguel e compra nos serviços de streaming online.
