Vou começar esse texto confessando algo grave. Como uma pessoa que se considera nerd, nunca vi a animação ‘Avatar: A Lenda de Aang’ (2005 – 2008) que dá origem e base para essa nova série live-action da Netflix. Apesar disso, sei mais ou menos como a história se segue, pois vi o filme ‘O Último Mestre do Ar’ de 2010, dirigido pelo famigerado M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido). Embora tenha gostado dele, público e crítica o destruíram após um tempo. Como não vi a obra original, achei melhor ficar na minha sobre minha devida opinião. Agora sobre ‘Avatar: O Último Mestre do Ar’ posso dizer que me agradou em muitos pontos e deixou a desejar em outros. Dizer que essa série é uma obra mediana não ofende ninguém, e de certa forma acho que a maioria vai concordar com essa afirmação.
Sinopse
Aang (Gordon Cormier) é o novo Avatar, e isso denota que ele tem uma grande responsabilidade com o mundo. Precisa dominar os quatro elementos: ar, fogo, água e terra para manter a paz no mundo. Contudo, Quando a Nação do Fogo resolve dominar o mundo por se considerarem os mais fortes, Aang se perde e entra em um período de hibernação que dura 100 anos. Ao acordar, percebe que todos de sua tribo já estão mortos e que a Nação do Fogo alcançou seu objetivo. Com a ajuda de seus novos amigos e irmãos, Katara (Kiawntiio) e Sokka (Ian Ousley), Aang precisará dominar todos os 4 elementos para tentar livrar o mundo desse mal e trazer a paz.
Alerta ligado
Antes de estrear, um alerta foi ligado. Os criadores da série animada, Michael Dante DiMartino e Bryan Koniettzko, foram contratados como produtores executivos e showrunners da série live-action. Problemas internos fizeram com que eles deixassem a produção. Conflitos entre os criadores que sabem o que estão fazendo e com a Netflix é um sinal perigoso de que o que veríamos em tela poderia desvirtuar por completo toda a obra original. Como não vi a animação, não posso comparar. Dessa forma, vou focar apenas no que vi aqui, sem comparações, decepções ou com o famoso fan service a meu favor.
Começa bem, mas cai em seguida
Dito isso, posso começar falar da série em si. O início é muito bom. Os dois primeiros episódios me deixaram bem interessado por esse mundo e por todas as aventura que esse pequeno grupo iria ter quer percorrer. Logo, minha animação foi caindo, pois os episódios subsequentes se tornaram completamente protocolares e bem chatos, por assim dizer. Cheguei a dormir durante dois episódios e tive que voltá-los para entender tudo melhor. Melhora lá pelo final, mas não chega a salvar a série só por causa desse desfecho.
Muitos problemas de ritmo
É nítido que tentaram copiar toda a aura da animação e até conseguiram fazer muitas coisas boas pelo caminho, mas muitos erros entram nessa rota. Por serem apenas 08 episódios, nota-se que situações foram bem corridas e que, ao mesmo tempo, não houve profundidade correta para os personagens. Não se diz quanto tempo passou, mas nota-se que já rolou bastante coisa. Katara começa como uma mera aprendiz de dobradora da água, e acaba praticamente como mestre. Enquanto isso, Aang, o Avatar, personagem principal, sequer conseguiu iniciar a dobrar água. O nosso protagonista se perde muito na tristeza e em seu fardo, se esquecendo de ser feliz e leve. Muito peso e pouca alegria para alguém que deve ser o extremo do carisma.
A série também possui seus bons momentos
A série não possui apenas problemas, também tem coisas boas para se falar. O seu visual é incrível. É tudo muito bonito de ser ver, principalmente as paisagens criadas em CGI. Outro ponto forte são as cenas de ação que realmente estão muito melhores do que eu esperava. Quando usassem as dobras, pensei que os movimentos ficariam mais duros, mas não. Tudo pareceu fluido e bem dinâmico. Muito bonito de se ver. Dá para notar aquele fundo verde em muitas cenas, mas esse parágrafo não é para falar das coisas ruins. Os atores também são bons, carismáticos e parece que caíram como uma luva. Embora uma hora ou outra pareçam que não dão conta de um drama maior.
Conclusão
Não sei qual o plano da Netflix para o número de temporadas, mas escalar uma criança como protagonista sempre gera alguns problemas, pois crescem muito rápido de um ano para o outro. Ainda não temos uma 2º temporada confirmada no momento em que escrevo esse texto, mas tudo leva a crer que a série terá uma continuação. Muitas pontas soltas e, bem ou mal, acredito que esteja sendo um grande sucesso entre os assinantes. Deixa muito a desejar, mas entretém no limite. Diverte onde tem que divertir.
A 1º temporada de ‘Avatar: O Último Mestre do Ar’ se encontra completa na Netflix.