Eu ainda lembro quando um Lugar Silencioso: Parte 2 iria estrear aqui. A data dele inicial era 19 de março de 2020. Planejei vê-lo no sábado dia 21 na sala IMAX e de lá rumar para o show do The Offspring que seria ali perto. A pandemia chegou e uma semana antes disso foi declarado o lockdown e meus planos foram por água abaixo. Praticamente 1 ano e meio depois disso é que o filme enfim veio a estrear nos cinemas e somente agora vim a falar dele.
Sinopse: “A família Abbott precisa enfrentar os terrores do mundo exterior enquanto luta pela sobrevivência em silêncio. Forçados a se aventurar no desconhecido, eles percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças no caminho da areia.”
A experiência que eu tive com a primeira parte foi uma das coisas mais maravilhosas da minha vida em relação a cinema. Estive em uma sala com umas oito pessoas somente e a imersão no silêncio foi grandiosa. Saí da sala empolgado e logo o considerei uma das melhores coisas do ano de 2018. A segunda parte mantém muitos elementos que tornaram o primeiro um excelente exemplar do gênero. Por incrível que pareça, esse foi o defeito dele. Não entendam mal, ele é bom, mas faltou um fator surpresa ou de novidade para a trama. Só considerei isso como um ponto baixo pois esperava algo maior e melhor. A expectativa nem sempre é nossa aliada. Quem for esperar mais do mesmo não irá se decepcionar.
Ele se inicia mostrando os acontecimentos do dia 1 do incidente que dizimou a população mundial. Essa cena se justifica somente para conhecermos o personagem de Cillian Murphy (A Origem) que vem a ser um importante personagem para a trama. Se no primeiro toda a família vive um arco de redenção devido a perda do membro mais novo da família, aqui esse arco é dele. Personagem novo, velho dilema, mas não é onde devemos nos focar.
O foco ainda é as cenas de suspense, embora boas, não chegam no nível de nervosismo do seu antecessor. Em um determinado momento os personagens têm que se separar por um motivo e a partir daí temos duas histórias em paralelo. As cenas finais são realizadas de forma magistral ao mostrar em dois lugares distintos quase que as mesmas coisas, mudando detalhes apenas baseados em seus ambientes. Esse é o grande ponto positivo da direção do John Krasinski (O Noivo da Minha Melhor Amiga), que aqui faz apenas uma ponta no início. Todo esse paralelismo faz um fã de cinema vibrar em silêncio (sem piadas dúbias). O único problema é que findado os problemas o filme acaba nos deixando com a sensação de que faltou um reencontro.
Muito provavelmente essa é uma deixa para uma possível terceira parte. Uma parte 3 que já foi anunciada, mas que não será centrada na família Abbot. Já estou curioso com o que será mostrado. O mundo onde eles vivem cresceu e vimos que pode ter muitas possibilidades pela frente. Peço apenas para que inovem um pouco sem deixar na mesmice. Suspense é ótimo, mas se repetidos não nos deixam mais tão apreensivos quanto antes. Acaba sendo tudo óbvio.
No geral, Um Lugar Silencioso: Parte 2, é um bom filme e merece ser visto por todos que gostaram do primeiro. Ele só não chega a ser melhor, mas é um bom divertimento. Queria também deixar minha revolta pelo mal aproveitamento do ator Djimon Hounsou (Amistad) que foi completamente desperdiçado. Um ótimo ator que aparentemente só teve 2 dias livres para gravar, pois sua aparição é rápida e desnecessária se pensarmos de uma forma mais ampla. De resto, dá pra curti-lo de boa sem medo de se arrepender.
Um Lugar Silencioso: Parte 2 se encontra para aluguel e compra nas plataformas digitais.