Mortal Kombat é um jogo que faz parte de mim desde o início da minha adolescência. Lembro de ir pro fliperama para ver as pessoas jogarem (não jogava porque era muito ruim) só para ver as mortes mais escatológicas possíveis. No início eu sentia medo, depois só virou diversão. Em 1995 tivemos sua primeira versão para o cinema. Fui vê-lo em um cinema de rua e lembro até hoje de como foi bom e divertido. Considero até hoje a melhor versão de um game para as telonas. Depois disso vieram continuações que beiram o duvidável e que nunca chegaram aos pés do original. Após 26 anos do lançamento do primeiro, temos um novo reboot da franquia, mas é uma pena que mais uma vez tivemos algo que poderia ser bom, desperdiçado.
Sinopse: “O lutador de MMA Cole Young não conhece sua herança, nem sabe o motivo do Imperador da Exoterra ter enviado seu melhor guerreiro, Sub-Zero, para ir atrás dele. Temendo pela segurança de sua família, ele se une a outros heróis para proteger a Terra.”
Esse é mais um caso que o trailer vendeu bem o filme. Todas as melhores cenas estão lá e ele é montado de forma perfeita a fazer você ficar feliz, empolgado e nostálgico. Tudo não passa de uma grande ilusão. O filme se mostra lento com uma grande barriga, nos reservando os melhores momentos apenas no final e olhe lá. O roteiro é bem fraco, lento na maior parte do tempo e de repente fica corrido porque lembraram que ele tem que terminar. Algumas viradas do roteiro acontecem do nada, porque sim e aceite isso para ser feliz.
Todos os atores são bem ruins, inclusive o nosso protagonista Lewis Tan (Deadpool 2). O personagem dele, Cole Young, foi criado para o filme e não mostra nenhum carisma. Não consegui me importar com ele em nenhum momento, e isso também se expande para o resto do elenco. O único que salvou para mim foi o John Lawson (Tudo Por Um Furo) que faz o Kano. Ele é o único que consegue fazer você ter alguma reação, seja de raiva, seja por ele ser um imbecil. Ele nem é assim tão bom, mas no meio dos outros ele acaba sendo quase genial.
O filme ganhou a classificação indicativa de maiores de 18 anos aqui no Brasil por ter cenas de violência bem gráficas. Isso me deu uma animada, pois achei que teria uma veia mais séria na narrativa. Me enganei mais uma vez. Todos esses momentos de violência beiram o pastelão. É o tipo de coisa que foi feita para adolescente ver e vibrar como se fosse a coisa mais legal do mundo. Em alguns momentos me criou uma sensação de risos.
A única coisa que salva um pouco em Mortal Kombat mais são as lutas e mesmo assim, nem tanto. A luta do clímax entre os dois personagens mais queridos da franquia é bem boa, diria mesmo que é a melhor. Momentos antes dessa luta começar, uma tensão é envolvida. Ela é o prenúncio de que a música clássica do filme de 1995 vai tocar, mas quando ela toca de vez, que era o momento de você vibrar caso estivesse no cinema, se torna apenas uma referência e não empolga como deveria empolgar.
Fiquei pensando que o enredo desse filme teria sido melhor se fosse convertido em uma série. Daria para desenvolver os personagens, fazendo com que nos importássemos mais com cada um deles. O excesso deles é um grande problema que compromete muito a narrativa. Recomendo ele somente para os fãs da franquia que certamente irão vibrar em momentos chave e que vai se divertir com referências e com o uso de golpes clássicos do game.
Mortal Kombat estreará na HBO Max em agosto e se encontra para alugar nas plataformas da Apple TV, Google Play, Locke e Microsoft por 49,90, e caso queria comprar, está custando 69,90 nos mesmos locais.