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Resenha: Ficaremos Bem

Ficaremos Bem é um filme norueguês de 2019 escolhido para ser o indicado do país como Melhor Filme de Língua Estrangeira no Oscar. O roteiro dele é baseado nas experiências reais vividas pela diretora Maria Sodahl (Limbo). O que temos aqui é um belo filme de drama com excelentes interpretações de sua dupla principal de protagonistas. Uma história dolorosa com muita esperança e com muito pé no chão de uma situação que ninguém gostaria de passar.

Sinopse: Na véspera do Natal, Anja (Andrea Bræin Hovig, de “Armadilha do Caçador”) recebe um diagnóstico de câncer terminal. Ao lado do companheiro, Tomas (Stellan Skarsgård, de “Chernobyl”), eles precisam decidir como contar para a família a situação. Anja percebe que, mais do que nunca, o casal terá de se unir para proteger os filhos. Em meio a sensação do luto prematuro e dos medos vividos por Anja, os dois lutam para resgatar o amor que os uniu.”

O filme todo se passa no período de 10 dias. A descoberta do câncer no cérebro, passando pelo Natal em família, o momento de contar para os filhos, ano novo e aniversário da própria protagonista até o momento final de sua cirurgia. São muitas emoções para se passar em tão pouco tempo e conseguem fazer isso de uma forma muito singela e respeitadora. A impressão que dá é que o casal principal viveu em 10 dias tudo o que não viveu durante os 20 anos que estão juntos. E isso me fez pensar muito, porque parece que só reconhecemos o que a vida nos dá quando estamos prestes a perdê-la para sempre.

Ficaremos Bem é um longa muito emocional e nos pega em cheio nesse turbilhão de emoções. Um casal que estava praticamente “morto” por dentro e que consegue redescobrir o amor no pior momento possível para isso. Rancores do passado veem a tona e serve para deixar tudo em pratos limpos ao final. Coisas há muito tempo presas são soltas sem parcimônia. Afinal, é agora ou nunca. A forma como tudo isso é conduzida é excelente e é impossível não torcermos para o melhor entre eles, mesmo sabendo que o final está logo a frente e que pode ser irremediável.

O seu final é aberto a interpretações. Ele acaba justamente no momento em que fomos preparados para estar durante todo o longa. Cabe a você terminá-lo da forma que quiser. Eu mesmo tive a minha interpretação. O final dele é o início de uma nova história. Seja ela qual for em sua cabeça. Acabar assim engradece ele, pois não fica marcado por algo totalmente triste e nem totalmente feliz. O chamado final agridoce cabe melhor aqui. O importante foi essa jornada de 10 dias que os personagens tiveram.

Esse é o tipo de filme que é feito muito em cima das interpretações dos atores. Sem bons atores a história não teria a mesma força. Pensando nisso foram escalados 2 ótimos atores que nos passam toda a credibilidade que precisamos. Stelan Skarsgard (Mamma Mia! O Filme) é um ótimo ator e embora ele pareça atônito a maior parte do tempo, consegue passar com pouca coisa tudo o que precisamos sentir e saber. Ele está bom, mas quem brilha mesmo é Andrea Braein Hovig (O Affair). Ela brilha do início ao fim passando toda a angústia do momento em que está vivendo. Tudo isso sem parecer forçado e exagerado. A empatia sobre ela cai de tal forma que perdoamos facilmente quando ela sai um pouco da linha. Não dá pra encarar tudo como se estivesse tudo bem.

Ficaremos Bem é um ótimo drama para ser conferido. Fica o aviso para vê-lo em um dia bom. Não chega a ser aquele longa que você irá se derreter sobre lágrimas, mas caso esteja passando por algo assim seja com você ou com alguém da família pode ser que afete mais do que o esperado. Devido aos tempos ruins em que estamos passando, evitar tal tipo de emoção acaba sendo de benefício da saúde mental. Tirando esse detalhe, recomendo vê-lo.

Ficaremos Bem estará disponível a partir de 1º de outubro para compra e aluguel nas plataformas digitais da Claro Now, Amazon Prime, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes.

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