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Resenha: Crianças do Sol

Crianças do Sol é o mais novo filme do diretor Majid Majidi que dirigiu Filhos do Paraíso, indicado a Melhor Filme Estrangeiro em 1999. Essa nova empreitada foi o escolhido do Irã para tentar representar o país no Oscar desse ano (2021). Infelizmente, não conseguiu a indicação, mas já ganhou alguns prêmios importantes por aí como o Lanterna Magica Award para melhor diretor e para Melhor Jovem Ator para Roohollah Zamani. Ambos os prêmios foram do Festival de Veneza de 2020. Não o achei maravilhoso, mas gostei do retrato feito do país para com as crianças que não ganham uma oportunidade certa na vida.

Sinopse: Protagonizado por crianças locais em situação de rua, o filme conta a história do jovem Ali (Roohollah Zamani) e seus amigos. Para sobreviver e sustentar as suas famílias, eles vivem entre bicos e pequenos furtos. Ao descobrirem a existência de um tesouro, escondido dentro de um túnel, eles decidem fazer de tudo para conseguirem o que querem, inclusive se matricular em uma escola.”

O filme já começa escancarando um problema social absurdo que é de que 152 milhões de crianças no mundo todo vivem em situação de rua. Procurei rapidamente e vi que no Brasil cerca de 70 mil crianças vivem nessas condições. Se pensarmos bem e olharmos com empatia e compaixão, notamos que esse é um problema gigante, ainda mais se pensarmos que elas serão o nosso futuro. Achei os números alarmantes e que me fez pensar muito.

No longa acompanhamos 4 desses meninos que vivem em uma escassa pobreza e que estão dispostos a tudo para se ter o que comer no fim do dia. Entre eles podemos dizer que o protagonista é o Ali, vivido por Roohollah Zamani (sua estreia na atuação). Ele parece ser o mais velho, e que se torna o líder desses meninos naturalmente. A história começa quando um traficante diz para o garoto que existe um tesouro debaixo do cemitério da cidade e diz que se ele conseguir pegá-lo, uma grande parte será dele. Para conseguir cavar até o lugar exato eles terão que se matricular em uma escola que reside perto do local do tal tesouro.

É na escola que vemos o quanto esses garotos são incríveis. Enquanto eles cavam em busca do tesouro almejado, aos poucos cada um deles vai descobrindo uma certa vocação explorada de perto pelo vice-reitor Ralfie, vivido por Javad Ezati (Atabai). Essa é uma escola que aceita as crianças de rua gratuitamente e que em seu “garimpo” consegue descobrir futuros talentos para a sociedade. Conforme a narrativa avança cada um deles tem seu destino mudado graças a essa escola. Alguns para o bem e outros infelizmente caem na tragédia que a vida pode ser.

As crianças desse filme são incríveis. Todos atuam maravilhosamente bem e deixo como destaque o nosso protagonista e a menina que vive a Zahra (Shamila Shirzad). Tem uma cena com ela que é de colocar qualquer ator experiente no chão tamanha veracidade e firmeza que ela passa e ainda assim conseguimos ver uma criança ali. Bato palmas de pé para esse elenco mirim e para quem os escolheu.

O final de Crianças do Sol é daqueles do tipo agridoce. Apesar de não ser o que a gente quer ou espere, ele nos dá um fio de esperança, mesmo que singelo, para que dias melhores apareçam. O talento de cada um está enraizado dentro da gente. Só precisamos saber direcionar isso para o lado certo. A cegueira que nos faz ficar obcecado com algo, nos faz perder oportunidades que estão gritando a nossa volta. Isso é algo que vale para todos. Embora não tenha achado esse filme excelente, acabo por recomendá-lo pois a mensagem é bonita, mesmo que esteja escondida pela cruel realidade.

Crianças do Sol estreia no dia 22 de outubro nas plataformas digitais da Claro Now, Amazon, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes.

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