Existem muitos clássicos da literatura brasileira que se destacam por trazer histórias que todos nós deveríamos conhecer. Esses livros não só proporcionam uma leitura prazerosa, mas também nos conectam com a alma do Brasil, oferecendo uma compreensão mais profunda da identidade nacional, das nuances culturais, sociais e históricas. Através de narrativas ricas e diversificadas, os grandes autores brasileiros criaram obras que transcendem o tempo e continuam a influenciar e emocionar leitores de todas as gerações.
Neste sentido, confira a seguir 10 livros que todo mundo deveria conhecer:
Dom Casmurro – Machado de Assis
A princípio, não teria como começar esta lista de clássicos da literatura brasileira sem citar Dom Casmurro, obra de Machado de Assis. O romance foi publicado pela primeira vez em 1899 pela Livraria Garnier. Bento Santiago não só narra como é o protagonista desta história, que fala sobre o seu romance com Capitu.
Sinopse: Em Dom Casmurro, o narrador Bento Santiago retoma a infância que passou na Rua de Matacavalos e conta a história do amor e das desventuras que viveu com Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e intrigantes da literatura brasileira. Nas páginas deste romance, encontra-se a versão de um homem perturbado pelo ciúme, que revela aos poucos sua psicologia complexa e enreda o leitor em sua narrativa ambígua acerca do acontecimento ou não do adultério da mulher com olhos de ressaca, uma das maiores polêmicas da literatura brasileira.
Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
Em seguida, trazemos aqui outro representante dos clássicos da literatura brasileira, escrito por Guimarães Rosa. O livro que foi publicado pela Livraria José Olympio Editora, em 1956, é contada sob o ponto de vista do jagunço Riobaldo, trazendo como plano de fundo o sertão brasileiro.
Sinopse: Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas é uma das obras mais apaixonantes da literatura brasileira. Ao narrar o mundo através dos olhos de Riobaldo, Guimarães Rosa constrói um romance fascinante, que mescla sofrimento, luta, alegria, violência, amor e morte em uma prosa extremamente inventiva. Neste clássico arrebatador, as paisagens percorridas pelos jagunços ganham uma dimensão universal e profundamente humana. “Sertão: é dentro da gente.”
Vidas Secas – Graciliano Ramos
Da mesma forma que o anterior, este livro foi escrito nas primeiras décadas do século XX, mais precisamente entre os anos de 1937 e 1938. Considerada uma das maiores obras do autor alagoano, o livro apresenta a história de pessoas que vivem no sertão brasileiro, trazendo para seus personagens características nordestinas.
Sinopse: Em “Vidas Secas”, Graciliano Ramos tece uma narrativa impiedosa e visceral que mergulha nas entranhas áridas do sertão nordestino. Sua prosa seca e, ao mesmo tempo, poética, revela a dura realidade de uma família lutando contra a fome, a seca e a desesperança. Por meio dos personagens retirantes, Fabiano, Sinha Vitória, seus filhos e a cachorra Baleia, o autor constrói um retrato humano e desolador, denunciando as injustiças sociais e as adversidades que moldam a vida na caatinga. Clima árido; ritmo bem-marcado; prosa enxuta: “Vidas Secas” é obra-prima da literatura brasileira que transcende sua época e permanece como um espelho, refletindo as complexidades e a resiliência do povo brasileiro frente às adversidades da existência.
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
Novamente trazemos outro dos clássicos da literatura brasileira e que foi escrito por Machado de Assis. Publicado em 1880, na Revista Brasileira, o livro marca a transição do romantismo para o realismo. Brás Cubas, mesmo já estando morto, é o responsável por narrar esta história.
Sinopse: Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Com essas palavras, o narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas resume a sua vida. O tom assumido na obra, bem como as técnicas empregadas na composição romanesca, são alguns dos fatores que justificam o lugar de Machado de Assis entre os maiores escritores do século XIX. Neste romance repleto de digressões filosóficas, o escritor se vale da posição privilegiada de Brás Cubas, que, como defunto autor, narra as suas desventuras e revela as contradições da sociedade brasileira do século XIX, por meio de uma análise aprofundada de seus personagens.
O Cortiço – Aluísio Azevedo
Em seguida, o destaque fica para este romance publicado em 1890 por Aluísio Azevedo, mesmo escritor de “O Mulato”. A história mostra as condições difíceis que moradores de cortiços cariocas enfrentam. Entre os elementos mostrados estão a corrupção, bem como a pobreza.
Sinopse: Pobreza, corrupção, injustiça, traição são elementos integram O cortiço, principal obra do Naturalismo brasileiro. Nela, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX. É um romance que convida a analisar por meio da observação crítica do cotidiano das personagens a animalização do ser humano, questão que se mostra, mais do que nunca, atual.
Os Sertões – Euclides da Cunha
Por ter sido jornalista, Euclides da Cunha tinha uma grande base para escrever Os Sertões, um dos clássicos brasileiros que se destacou ao trazer como plano de fundo a Guerra de Canudos, ocorrida na Bahia entre os anos de 1896 e 1897. Ao cobrir a guerra, ele foi capaz de narrar estes acontecimentos no livro lançado em 1902.
Sinopse: Os sertões é dividido em seções. A primeira parte, ”A terra”, são considerações técnicas e científicas a respeito do solo, do clima e do espaço geográfico do sertão baiano.A segunda parte, ”O homem”, traz características antropológicas a respeito do sertanejo, com todos os seus conflitos sociais, políticos e psicológicos. A última parte, ”A luta” narra a Guerra de Canudos desde o início. A verossimilhança da obra é marcada pela rica apresentação de características do espaço, tempo, personagens, como Antônio Conselheiro, e contexto histórico pelo narrador-observador.
A Hora da Estrela – Clarice Lispector
Representante feminina entre as autoras dos livros clássicos brasileiros, Clarice Lispector traz em seu repertório diversos livros, como por exemplo Felicidade Clandestina e este que estamos citando. Em A Hora da Estrela, acompanhamos as desventuras de Macabéa, uma moça sonhadora e ingênua.
Sinopse: A nordestina Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera.
A Moreninha – Joaquim Manuel de Macedo
Ainda assim, trazemos aqui este clássico romance publicado no ano de 1844. A Moreninha foi o livro que consolidou Joaquim Manuel de Macedo como um grande escritor. A história acompanha Augusto, que ao se apaixonar por Carolina. A partir de então, alguns obstáculos aparecem no caminho dos dois.
Sinopse: Quatro estudantes se hospedarão na casa da avó de Filipe no feriado, com sua irmã, suas primas e amigas da anfitriã. Os rapazes falam sobre as mulheres que estarão presentes e as relações que poderão surgir. Augusto, é inconstante no amor, então Filipe aposta que se ele voltar de lá sem ter se apaixonado, escreverá um livro de romance se Augusto se apaixonasse, ele é quem escreveria o livro.
Iracema – José de Alencar
Entre os livros clássicos da literatura brasileira está Iracema, um dos livros do escritor cearense José de Alencar. Publicado em 1865, o livro faz parte de uma trilogia com tema indianista e que é composta também por O Guarani e Ubirajara. O livro acompanha a pitiguara Iracema, conhecida como a ‘virgem dos lábios de mel’.
Sinopse: A pitiguara Iracema, a ‘virgem dos lábios de mel’, encontra nas florestas da orla cearense o português Martim. Uma espécie de poema em prosa, o conturbado amor proibido mostra o conflito histórico entre tribos indígenas e europeus e revela, com lirismo e aventura, a contradição e o embate entre civilizações.
Senhora – José de Alencar
Enfim, trazemos novamente o escritor José de Alencar, desta vez com o livro Senhora, romance publicado como folhetim no ano de 1874. O livro está entre os últimos publicados pelo escritor, que faleceu em 1877. A história do livro acompanha a sociedade burguesa carioca.
Sinopse: Obra da fase urbana de José de Alencar, considerado o mestre do romantismo o brasileiro, Senhora revela as convenções da sociedade burguesa carioca do século XIX. Pelos desencontros amorosos de Aurélia Camargo, Fernanda Seixas e Adelaide Amaral, o autor traça um painel da vida da corte e critica os costumes da época, como casamento por interesse e arrivismo social.
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