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Crítica: ‘Tempos de Barbárie: Ato 1 – Terapia da Vingança’ é um filme que te bota para pensar

O filme começa nos apresentando dados sobre a violência no Brasil. Ele diz que aproximadamente 50 mil pessoas morrem por armas de fogo ao ano e que 6 mil seriam por atuação da polícia. Após o aumento de 97% do registro de novas armas, o crescimento anual de casos aumentou de 0,9% para 4%. Esse início de ‘Tempos de Barbárie…’ me levou a crer que estaria vendo uma obra contra o desarmamento. Para a minha surpresa ele não é tão maniqueísta assim e do início ao fim a dúvida permaneceu em meu consciente. A culpa de tudo isso é do sistema, mas quem são as peças da engrenagem desse sistema?

Sinopse

Em um dia comum, Carla (Cláudia Abreu) e sua filha estavam voltando para casa em seu carro quando são paradas em uma blitz. Logo descobrem que é uma blitz falsa montada por bandidos. Com medo, ela foge e sua filha é atingida por um tiro que a deixa em coma. Se sentindo culpada por isso ela entra em um grupo de apoio contra violência, mas o contato com outras vítimas só faz com que ela tenha mais ódio do acontecido. Assim, ela prefere parar de falar e seguir com um plano arriscado de vingança que irá até o cerne da questão fazendo com que se questione tudo.

Um filme que busca ir até o cerne da questão

Esse longa começa com uma ideia bem normal sobre filmes de vingança. Uma mulher comum vê sua filha sendo vítima de violência, fazendo com que ela busque justiça com as próprias mãos. Inicialmente, recorre a um entendido no assunto (um policial corrupto), mas logo percebe que fez uma das maiores besteiras de sua vida. O que parecia simples se torna mais complexo a ponto de nossa protagonista atentar contra a própria vida. Por sorte (ou azar) ela sobrevive e todas as falácias do dia a dia se contraem a ponto de ela mesmo buscar essa vingança plena.

Isso faz com que ela vá até o cerne da questão. O culpado é quem atirou ou a pessoa que vendeu a arma? Ou seria do traficante das armas, ou até mesmo do fabricante? E isso nos dá uma boa dinâmica de filmes do tipo, até o seu final que vira praticamente uma terapia forçada em grupo com todos os envolvidos. É nesse momento em que o filme fica um pouco confuso para mim. Não consegui entender direito a sua mensagem, pois ele parece “atirar” para todos os lados sem ter um ponto em qual chegar.

No início, ele parece ser contra o desarmamento, logo depois faz com que apoiemos a vingança. A protagonista quebra a cara e notamos que não é por aí, até que é sim por aí, através da violência. A personagem da Natalia, vivida por Julia Lemmertz (Meu Nome Não é Johnny), é uma pessoa que prega o pacifismo. Para ela o perdão existe, acredita que as nuances da vida das pessoas a levam a cometer atos horrorosos, até que ela mesma se vê em uma situação desesperada e tem que intervir de forma violenta. Isso a torna uma hipócrita em tudo o que disse e que pregou para nossa protagonista. A intenção do roteiro era nos deixar com a visão de que podemos entender pessoas com índoles fascistas ou queria dizer que todos somos capazes de tudo, apesar de qualquer pensamento? Não sei, mas me fez pensar.

Conclusão

‘Tempos de Barbárie: Ato I – Terapia da Vingança’ é um filme pesado de se acompanhar. Sua história é triste e não temos exatamente aquela catarse costumeira de filmes do gênero de vingança. Ele nos faz pensar mais do que o devido mesmo que não achemos essa resposta certa. Talvez essa seja a intenção. O ‘Ato I’ no título do longa me fez pensar que esse seja a primeira obra de algumas sequências. Se for, fico curioso com o que virá pela frente e certamente terá minha atenção.

‘Tempos de Barbárie: Ato I – Terapia da Vingança’ estreia nos cinemas em 17 de agosto.

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