Creio que posso dizer sem medo de ser julgado que a franquia Invocação do Mal revolucionou o terror e que deu um novo ânimo ao gênero que já não estava produzindo nada realmente bom. Devemos isso muito a James Wan que ficou na frente do projeto nos dois primeiros longas. A sua direção é excelente e ouso dizer que ele conseguiu juntar o terror com uma pitada de aventura com aquele sentimento de urgência o tempo todo. Sentimento que nos faz ter medo e ficar na ponta da cadeira até o fim. ‘Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio‘ é bom, mas não chega aos pés de seus antecessores. Confira a crítica:
Sinopse: “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio revela uma história assustadora de terror, assassinato e um desconhecido mal que chocou até os experientes investigadores de atividades paranormais Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga). Um dos casos mais sensacionais de seus arquivos, começa com uma luta pela alma de um garoto, depois os leva para além de tudo o que já haviam visto antes, para marcar a primeira vez na história dos Estados Unidos que um suspeito de assassinato alega ter tido uma possessão demoníaca como defesa.”
Como já é de praxe, a história desse novo capítulo também é baseado em eventos reais. Primeira vez na história que um assassino alega inocência e que em sua defesa disse estar possuído pelo demônio. Logicamente, a maioria das coisas que acontecem na projeção é romanceado. Também dizem que o casal Ed e Lorraine Warren nem tiveram tanto envolvimento assim nesse caso, mas não importa, o longa é deles e vamos aceitar tudo que nos é contado.
Confesso que não senti muito medo. Temos algumas cenas que realmente são assustadoras, mas nada que conseguisse tirar o meu sono a noite. Nesse quesito, ele perde muito e acaba perdendo um grande trunfo que é marca registrada da franquia. Acaba que o mistério prevalece na narrativa deixando dessa forma também uma grande barriga onde parece que a trama não vai para a frente. Ele meio que deixa o terror de lado e vira justamente uma história policial com uma pitada de sobrenatural. Achei algumas cenas um pouco mal feitas e isso me tirou um pouco da história.
É nisso que James Wan (Aquaman), que agora é somente produtor, faz falta. A direção de Michael Chaves (A Maldição da Chorona) não chega aos pés de seu antecessor. Ele não é inventivo e não consegue nos trazer nenhuma cena com o impacto devido. Faz o feijão com o arroz sem arriscar e é nisso que ele erra. Deveria sim ter arriscado mais e tentado criar cenas assustadoras e novas. Essa é uma marca da franquia e senti essa falta. Em muitos momentos pareceu algo muito genérico e sem vida.
Acredito que sua maior força seja a dos protagonistas que já aprendemos a amar. Vera Farmiga (Os Infiltrados) e Patrick Wilson (Sobrenatural) formam uma dupla mais do que incrível e me convence facilmente que eles são casados e que se amam muito. Não só isso, eles passam uma verdade tão grande sobre o que estão fazendo e falando que eu realmente fico grudado e prestando atenção em tudo. A ideia de colocarem o casal como centro da trama em um determinado momento é muito acertada e isso leva justamente ao momento aventuresco de que falei. A urgência é determinante e só o amor vai poder salvá-los. Parece brega falando isso alto, mas é o ponto chave da narrativa.
Acaba que ele acaba sendo um filme bem satisfatório, mas que em uma mão melhor, teria sido muito melhor. Dizem as línguas de produtores de que esse foi a última parte da franquia Invocação do Mal. Espero que não, pois temos muito mais histórias por aí que gostaríamos de ver. O porão do casal Warren nos mostra que é só querer. Talvez fiquemos com alguns derivados para saciar a fome dos fãs. Só tenho um desejo: gostaria que James Wan voltasse para a cadeira de diretor.
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio se encontra no catálogo da HBO Max.
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