“Anora” é um filme de comédia dramática dirigido e roteirizado por Sean Baker. Conta com a distribuição da FilmNation Entertainment e da Universal Pictures Brasil. O filme venceu, em 2024, o prêmio Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes, na França. O último filme americano a conquistar tal prêmio foi “A Árvore da Vida”, em 2011.
Baker pensou no título do filme para ser literalmente inesquecível para quem assistiu, enquanto quem ainda não viu não lembrará. Sinceramente, acho que ele tem razão.
O filme estreia no Brasil somente em 23 de Janeiro de 2025.
SINOPSE
Anora, que prefere ser chamada de Ani (Mikey Madison), é uma dançarina stripper que conhece Ivan, que prefere ser chamado de Vanya (Mark Eydelshteyn), um jovem russo de uma família riquíssima. Eles se tornam mais íntimos e decidem se casar, mas a família de Vanya acabará com isso.
IMPRESSÕES
CINEMA! Sim, é aquele tipo de filme bem 7ª arte, mesmo, e diria que em todos os quesitos. Apesar dos presentes e frequentes elementos cômicos e constrangedores, o filme é bem sério, um tanto realista, e se torna pesado mais ou menos da metade para o final.
Apesar disso, achei o filme excessivamente apelativo com pornografia, ou quase isso, mesmo que faça sentido por conta do contexto da história. O filme começa com sequências de cenas de danças eróticas. Essas cenas iniciais podem causar uma primeira impressão negativa em algumas pessoas, mesmo que tais cenas quase não se repitam durante o filme, porém… Não acontecem tantas vezes, nem é totalmente explícito, mas o filme mostra muitas cenas de sexo na primeira metade. Somando às primeiras impressões, é possível que algumas pessoas se sintam desconfortáveis. Para mim, é totalmente indiferente, o que importa é o filme em si. Entretanto, eu conheço MUITAS pessoas que, garanto, afirmarão negativamente sobre esse filme por conta dessas cenas.
Um pouco ‘engraçado’ que o filme começa com muitas cenas divertidas, cômicas, animadas, coloridas e parece que tudo ocorrerá bem, que eles terão uma vida boa, que o filme terminará bem. Qualquer pessoa deve achar isso até, como eu disse antes, mais ou menos metade do filme. Parece que o filme se torna outro, pois fica um pouco pesado, às vezes muito, mais cinza e escuro, predominantemente em um clima ruim.
“Anora” apresenta uma história que as mulheres compreenderão melhor, mas os homens com certeza captarão algo. É um tanto estranho o filme por vezes mostrar as mulheres como dependentes ou até desvalorizadas, ou algo assim, para no quase fim, e até o fim, mostrar a mãe de Vanya, que aparentemente é uma grande empresária. Esse contraste pode ser proposital, e pode ser também que eu não tenha captado algo justamente porque eu sou homem, o que volta no que eu mesmo disse no início deste parágrafo.
CONCLUSÃO
O filme começa sendo divertido, colorido, vívido, mas se transforma em algo cinza, com pesar, deprimido. Descaso, negligência, desrespeito, violência, irrelevância, desesperança. Ani recebe esses elementos no decorrer do filme. Na verdade, poderiam ser muitas mulheres, talvez qualquer uma, no lugar dela.
Quero destacar aqui que o final é absurdo, finaliza o espectador de vez. O drama todo desenvolvido chega lá e encaixa perfeitamente, tornando a cena extremamente pesada e deprimente.
Nota: 89/100