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Festival do Rio: O Quarto ao Lado, o novo de Pedro Almodóvar

Festival do Rio de Cinema já começou e O Quarto ao Lado é um dos filmes mais aguardados e disputados para ser visto esse ano. Esse é o novo longa de Pedro Almodóvar (A Pele Que Habito), diretor que dispensa qualquer explicação. Já chega aqui tendo ganho o Leão de Ouro em Veneza e seu elenco é encabeçado por duas monstras da atuação: Julianne Moore (Segredos de um Escândalo) e Tilda Swinton (Precisamos Falar Sobre Kevin). Não há dúvidas que elas brilham, porém, esse nem de perto é uma das melhores do diretor. Mesmo que ele esteja longe de ser algo ruim.

Sinopse

Ingrid (Julianne Moore) e Martha (Tilda Swinton) eram amigas muito próximas durante a juventude, quando trabalhavam juntas na mesma revista. Enquanto Ingrid tornou-se escritora, Martha seguiu carreira como repórter de guerra e as circunstâncias da vida as separaram. Após anos sem contato, elas se reencontram em uma situação extrema, porém estranhamente doce. Esse encontro após vários anos marcará a vida delas para sempre.

O bom texto favorece as atrizes

Não há dúvidas que Almodóvar é um diretor diferenciado. Incrível como ele consegue pegar uma história pesada e transpor para as telas de um modo suave e, quase, nada pesado. A situação extrema em que nossas personagens são colocadas pedia um clima que te colocasse para baixo, mas esse não foi o meu sentimento. Lógico que não chega a ser algo infantil, mas o bom texto dele resolve esse problema a ponto de entendermos os dilemas e comprar essa última jornada de uma delas. Por sinal, seu maior trunfo é esse roteiro junto com as atuações majestosas.

Escolhas que não afetam a história principal

Apesar de ter todas essas qualidades inegáveis, o longa não me animou por completo. Tive alguns problemas com ele que não sei se foi problema de compreensão minha ou se realmente não precisavam estar ali. Todos os assuntos paralelos que nossas protagonistas trataram durante a projeção não me pareceram ir a lugar nenhum. Flashbacks surgiram e não influenciaram em nada no dilema atual. Conhecemos o passado, mas ele não mexe no presente. Colocar a própria Tilda Swinton como a própria filha da personagem também não achei uma escolha boa. Me causou um estranhamento que não achei necessário naquele momento.

Oscar para Tilda Swinton e Julianne Moore

Por falar em Tilda Swinton, não tem como chegar aqui e não falar um pouco mais sobre ela. Sua personagem é extremamente racional e isso a torna quase um robô por bastante tempo. Mesmo sendo incrivelmente lógica, percebe-se uma humanização difícil de ser construída em tão pouco tempo. Julianne Moore é a parte emocional, e ela se dá o direito de chorar, sorrir e transmitir todo o peso que a decisão de sua amiga a faz sentir. Ela é nossa conexão maior e sentimos todas as aflições através dela. Difícil dizer qual das duas é a melhor. Na dúvida, prefiro engrandecer as duas, pois elas merecem muito.

Conclusão

O Quarto ao Lado é o primeiro longa de Pedro Almodóvar não falado em espanhol. Não sei se essa mudança afetou um pouco o seu todo, mas senti um pouco a falta da mão do diretor em muitos momentos. A história é adaptada de um romance de Sigrid Nunez e não sei se isso também me influenciou a não senti-lo totalmente. Certamente daria uma bela peça de teatro. De qualquer modo, essa obra merece minimamente ser conferida. Quem gosta de um bom drama emocional, essa é uma enorme pedida.

O Quarto ao Lado está presente do Festival do Rio e estreia nos cinemas comercialmente em 24 de outubro.

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