Recentemente, o diretor Denis Villeneuve nos trouxe Duna para os cinemas como deveria ter sido feito há muito tempo. Tínhamos a versão de 1984 de David Lynch, mas convenhamos que não é a grande maravilha desse mundo, embora seja bastante cultuado por aí, até mesmo por mim. Agora, com o grande sucesso de Duna (2021) e Duna: Parte 2 (2024), a HBO viu uma oportunidade de criar a série Duna: A Profecia e aumentar o lore desse mundo. Escolheram começar contando a origem das Bene Gesserit, uma sociedade matriarcal com habilidades místicas e físicas que visa ter o controle político de todo o universo manipulando os grandes líderes das casas através de conselhos e com casamentos genéticos que irão beneficiá-las no futuro.
Sinopse
Ambientada 10 mil anos antes do nascimento de Paul Atreides, a trama começa logo após uma longa guerra contra as máquinas pensantes, onde os humanos foram os vencedores e como consequência é proibida qualquer tipo de máquina que possa vir a pensar. Nesse cenário, acompanhamos duas irmãs da Casa Harkonnen, Valya (Emily Watson) e Tula (Olivia Williams), na luta contra forças que ameaçam a humanidade e na fundação da mística seita Bene Gesserit.
Lenta, mas precisa no que conta
A série é baseada no livro Sisterhood of Dune (Irmandade de Duna) escrito por Brian Herbert e Kevin J. Anderson lançado em 2012. Inclusive, esse era o nome original da série, mas depois de muito troca-troca nos bastidores foi escolhido o nome como A Profecia. Não sei até que ponto a série teria sido diferente, mas gostei bastante do que vi aqui. Ela não é rápida e nem tão pouco dinâmica. Trabalha a história no tempo que precisa e gosto quando vão por esse rumo, pois tenho certeza que toda a construção de personagens vai valer a pena mais na frente.
Tramas políticas que movem a história
Um dos grandes pontos positivos é justamente a trama política que se segue. Ver como a Irmandade comanda tudo atrás dos panos é muito bom. A influência e manipulação que as irmãs exercem sobre os poderosos é gigante e todo o plano delas, que está debaixo do tapete, começa a se desfazer quando surge o misterioso Desmond Hart (Travis Fimmel), o único capaz de enfrentá-las de frente e que entende o verdadeiro papel delas na história. Desmond poderia ser um grande herói caso o que víssemos fosse mostrado pelo seu ponto de vista, mas ele é encarado como o vilão e muitas de suas atitudes são mostradas como tal. Assim como as irmãs também. Não existe bem ou mal, existe apenas pessoas lutando para prevalecer nesse mundo feudal intergaláctico.
Uma ótima construção da história
As próprias irmãs possuem seus problemas internos que começam há pelo menos 30 anos do tempo que a história se passa de verdade. Valya Harkonnen lidera essa irmandade como ela acha que deveria ser comandada. Nada pode ficar no seu caminho para o grande plano que ela está traçando. Ver isso sendo delineado é muito bom ao mesmo tempo em que fez coisas terríveis para chegar onde está. Segredos do passado vão vir com força e vão ameaçar o seu reinado que tanto lutou para conquistar. Sua irmã Tula também é implacável, faz o que tem que fazer, mas nota-se uma compaixão maior nela. Tudo o que ela guarda dentro de si vai ser um estopim que estoura como um bomba para a revelação de um grande segredo da série. Algo que achei genial e que move a trama para a frente sem ter que olhar para trás. Um grande plano nefasto invisível pretende prevalecer sobre essas forças mundanas que lutam entre si.
Conclusão
Duna: A Profecia possui apenas 06 episódios. Embora lenta, sabe levar a história sempre para frente. Mesmo que para isso o passado também precise ser mostrado. A construção dos personagens é de suma importância e tudo vai fazer sentido no final. Não temos uma temporada fechada, o que indica uma 2º temporada pela frente. Um grande segredo foi descoberto, agora falta saber como os personagens principais vão lidar com isso. Já posso dizer que estou ansioso para o que vai vir, pena que pelo jeito vou esperar bastante.
Duna: A Profecia se encontra completa na Max.
