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Crítica: Maníaco do Parque, erra ao focar na ficção em vez do real

True crime é um gênero que cresceu demais entre o público e após vários materiais sobre casos norte-americanos pensaram: porque não transpor uma história famosa brasileira para as telas? Maníaco do Parque é uma história que já vem pronta. Não precisa inventar muito para ter uma história instigante que faça o público se conectar. Talvez o grande problema dele seja esse, inventar uma narrativa fictícia para uma história real. Escolhas mal feitas acabaram prejudicando o todo da história do maior serial killer que nosso país já teve.

Sinopse

Francisco (Silvero Pereira) é um motoboy exemplar que possui um hábito secreto: atacar mulheres em um famoso parque de São Paulo. Algumas delas ele assassinou e algumas outras conseguiram escapar desse verdadeiro maníaco. Do outro lado temos Elena (Giovanna Grigio), uma jovem repórter que clama por subir na carreira. Ela vê a história desse serial killer como um trampolim para angariar o sucesso. Agora, a história dos dois entrará em rota de colisão até o seu fatídico fim.

O real seria mais empolgante do que a ficção

Essa história é baseada em fatos que ocorreram no final dos anos 90. Em 1998 para ser mais preciso. Consigo lembrar de todo o falatório em cima disso e o clima de medo que se instaurou no país. Isso é justamente o que falta aqui, um clima pesado que nos faça sentir o quão aterrorizante foi esse homem. Escolhas narrativas prejudicaram demais esse longa. Quando deveria se ater ao básico para nos trazer um thriller de medo, ele foca em uma jornalista fictícia para nos contar essa história. Por muitas vezes o real é mais empolgante do que a própria ficção.

Uma protagonista mal desenvolvida

Nada contra a personagem em si, mas erraram o foco. Se desde o início estivéssemos na mente de Francisco, tudo correria melhor. Pelo menos, no que tange ao medo e ao fascínio. Como falei antes, a história por si só é boa, não precisa de invenções. Entendi a mente do diretor de que queria colocar uma coprotagonista feminina para contrapor esse predador, mas realmente não funciona. O texto também não é bom e ela parece muito uma menina mimada que quer se mostrar em um mundo onde os homens são altamente machistas e onde ela teve um pai que não parecia ligar muito para ela. Um background ruim para mostrar sua determinação e empenho nesse caso. Se ela fosse apenas uma coadjuvante sem tanto aprofundamento as coisas melhorariam.

Atuações bem fracas

Já que estamos falando na personagem de Elena, preciso mencionar sobre Giovanna Grigio (Perdida). Ela é uma atriz que tem uma base de fãs desde Chiquititas. Ela claramente é uma diva teen, só por isso já não convence no papel. Em nenhum momento senti um domínio dela sobre o papel. É como se não combinasse, nada batesse. Ela tenta, se esforça, mas parece não sair do lugar. Tudo bem que o texto não ajuda muito, mas a considero fraca. Silvero Pereira (Bacurau) é um baita ator e nem mesmo esse talento conseguiu fazer o seu melhor aqui. Ele parece não ter tempo de tela para se mostrar e dizer a que veio. Faltou imersão no seu personagem e um texto digno desse ator. Uma pena.

Conclusão

Maníaco do Parque nos dá muitas coisas para comentar, mas a maioria nem vale a pena. Infelizmente, é um filme fraco. Pareceu algo muito genérico como se fosse uma história criada apenas para divertir no modo ficcional. Ninguém brilha e tem umas atuações dignas de escárnio. O clichê dos policiais, jornalistas machistas e programas sensacionalistas beiram a vergonha. Precisava ser assim para tentar honrar mulheres atacadas por esse homem? Sabemos que não. Só sei que tudo poderia ter sido melhor.

Maníaco do Parque está disponível na Prime Video.

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