Não há dúvidas que Sergio Mallandro é uma das nossas figuras populares mais folclóricas da televisão brasileira. Ele é fruto de uma época que não volta mais. Marcou a infância de muitos e minha lembrança favorita dele é com a Porta dos Desesperados. Já ri demais com isso e se de alguma forma visse isso de novo, a certeza é que iria rir da mesma forma. Mallandro: O Errado Que Deu Certo poderia até ser uma cinebiografia, mas não é, e por mais que ele nos dê uma forte gama de vergonha alheia, consegue divertir o suficiente para soltar algumas gargalhadas.
Sinopse
Sergio Mallandro (Sergio Mallandro) não está nos seus maiores dias de glória e está completamente sem dinheiro. Para se reinventar, aceita participar de um reality show, tenta um bico como motorista de uber e topa até se vestir como o Príncipe de Lua de Cristal para amenizar o preço das contas que chegam no final do mês. Quando consegue a chance para gravar um novo programa de auditório, uma pegadinha dá errado e Mallandro morre, mas consegue voltar a vida. O problema é que agora não consegue mais soltar seus famosos bordões como “rá”, “iéié” e “glu-glu” e isso afetará sua carreira mais ainda.
A melhor vergonha alheia do mundo
Não posso negar que fui assistir a esse filme com certo preconceito. Afinal, não tem como um longa do Sergio Mallandro ser bom. Como é bom queimar a língua nessas horas. Mas calma, não pense que ele é a melhor coisa do mundo ou que estamos diante de um novo clássico nacional. Ainda estamos falando de Sergio Mallandro. A vergonha alheia está estampada do início ao fim e a gente fica se perguntando como esse homem faz o sucesso que faz. Mas ele tem seu carisma e mesmo nas maiores loucuras, consegue brilhar e divertir demais.
Ficção com um pouco do real
Esse longa não chega a ser uma biografia, mas certamente muitas coisas de sua vida real foram inseridas aqui. Essa mescla de ficção com uma pouco de realidade dá um toque a mais nessa obra. Viver das glórias do passado não deve ser fácil ao mesmo tempo em que sua vida atual se baseia toda nisso. A tentativa de reinvenção não é para qualquer um e certamente deve ser seguida de muitas tentativas e erros. Vemos tudo isso aqui até o seu final que ainda conseguiu me tirar uma lágrima. Juro que não esperava e conseguiu me emocionar de uma forma bem inusitada.
Pegadinhas do Mallandro
Umas das melhores (ou piores) coisas desse filme são as partes das pegadinhas do Mallandro. Definitivamente, são coisas ultrapassadas que nem cabe mais nos dias de hoje. Mesmo assim, elas são tão terrivelmente boas que me fizeram soltar risadas na sala de cinema. Isso e quando ele começa a falar coisas profundas e sem sentido. Podem negar, podem rir, mas tem um fundo de brilhantismo aqui que poucos irão perceber. Sérgio Mallandro é uma grande figura e deveria ser mais endeusado por aí. Eu super apoiaria ele de volta a mídia massiva.
Conclusão
Não acho que esse filme seja para todos. Os mais jovens dificilmente entenderão o que é o Sergio Mallandro. Essa obra vai ser melhor digerida pelos “véio de plantão” como eu. A nostalgia de um tempo em que vivemos toda essa loucura vem e nos atinge de uma forma boa. Podemos até revirar os olhos uma vez ou outra pelo tamanho da vergonha alheia em tela, mas até isso faz parte dessa experiência maluca que é acompanhar esse comediante que tem um lugar no meu coração, independente do que for.
Mallandro: O Errado Que Deu Certo estreia nos cinemas em 13 de junho.