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Crítica: Guerra Sem Regras, traz um Guy Ritchie abaixo da média

Sempre fui um grande fã de Guy Ritchie. Sou fã de diversos filmes dele e o considero um diretor bem diferenciado. Seu modo de gravar sempre me agradou, até mesmo quando o seu longa não é tão bom. Entre alguns destaques de sua carreira posso destacar: Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998), Snatch – Porcos e Diamantes (2000) e Sherlock Holmes (2009), só para citar alguns. Guerra Sem Regras é sua nova empreitada. Posso dizer desde já que é um filme competente, mas sem brilho que outrora o diretor já carregou. Uma boa obra que será esquecida em breve.

Sinopse

Na 2º Guerra Mundial os submarinos alemães dominavam o mar e nessa guerra suja eles afundavam qualquer navio com suprimentos que iam para a Inglaterra. O Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill (Rory Kinnear), resolve montar em segredo um grupo que combate deslealdade com deslealdade. Com isso, monta um grupo capitaneado por Gus March-Phillips (Henry Cavill), para secretamente destruir a fonte de reabastecimento dos submarinos alemãs na costa da África.

História real

Essa história é baseada em fatos reais descobertas recentemente nos arquivos lacrados e secretos de Winston Churchil. Imagina o que não deve ter de coisas absurdas e incríveis nesse acervo. Na época, era preciso manter tudo isso em segredo, pois esse tipo de missões eram chamadas de operações negras. Pouquíssimas pessoas sabiam dela e caso esses membros fossem capturados pelos próprios ingleses seriam presos e se fossem capturados pelos nazistas seriam torturados até a morte. Entre esse grupo seleto que sabia de tais missões estava Ian Flaming (Freddie Fox), criador de James Bond. Dizem que o agente secreto mais conhecido do mundo foi baseado na vida real de Gus March-Phillips, o líder desse grupo de malucos.

Roteiro raso

Na primeira cena do longa já entendemos porque esse grupo de heróis malucos foram escolhidos para essa missão quase suicida. Um pouco da personalidade de cada um é mostrada, mas fica só por isso mesmo. Nada mais é explorado, nem mesmo sobre nosso protagonista. Eles acabam ficando com uma personalidade bidimensional e relegados a algumas piadas do quanto eles são malucos e corajosos. A interação entre personagens é uma marca bem forte de Guy Ritchie e até isso ficou aquém do desejado. Isso tudo acaba deixando a história rasa sem nos importarmos o suficiente com cada um deles. A possível morte de cada um deles em tela se torna indiferente por isso.

O sentimento que daria tudo certo estragou um pouco a experiência

As cenas de ação são competentes, mas dá a impressão que nossos heróis são imbatíveis e que o exército nazista era um bando de stormtrooper vindo de Star Wars, daqueles que não acertam um tiro e que são incapazes de serem um pouco mais inteligentes. Isso faz com que a missão pareça mais fácil do que realmente foi. Em nenhum momento temi por nossos protagonistas e nem precisava. Parece um filme Disney sobre a 2º Guerra Mundial. Até tem um sangue ali e aqui, mas o sentimento de que foi tudo “limpo” me deixou muito confortável.

Conclusão

Guerra Sem Regras está longe de ser um dos melhores filmes de Guy Ritchie, mas não chega a ser uma obra ruim. É possível aproveitá-la do início ao fim como um bom passatempo. Daqueles que não podemos esperar nada e muito menos cobrar algo disso. É uma pena, pois sei que o diretor tem um cacife para ter transformado esse longa em algo épico com cenas incríveis e com um roteiro muito melhor do que o que vimos aqui. É bom sem ser memorável.

Guerra Sem Regras está disponível no catálogo da Prime Video.

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