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Crítica: “Fernanda Young: Foge-me ao Controle” e sua excentricidade

Fernanda Maria Young de Carvalho Machado, nascida como Fernanda Maria Leite Young, foi uma excêntrica escritora brasileira. Como ela mesma dizia, ela se considera como escritora porque ela sempre se viu e se sentiu como escritora, mesmo antes de ser alfabetizada. Ela também foi roteirista, poeta, apresentadora, atriz e diretora. Escreveu 15 livros, 4 roteiros de longa e dezenas de séries e programas de TV.

Nascida na cidade de Niterói, no estado Rio de Janeiro, ela foi criada entre Niterói e a cidade do Rio de Janeiro. Ela faleceu aos 49 anos de idade em Paraisópolis, Minas Gerais, por conta de uma fortíssima crise de asma repentina. Em 2019, 3 meses após a morte, recebeu troféu póstumo de 61ª edição do Prêmio Jabuti, na categoria crônica, pelo livro “Pós-F: Para Além do Masculino e do Feminino”, que também foi indicada ao “Livro do Ano”.

 

SINOPSE

O longa-metragem é um documentário sobre Fernanda Young. O filme é uma exibição dos poemas, das entrevistas, das participações e apresentações, dos trabalhos e da vida de Fernanda, dirigido por Susanna Lira e com roteiro de Roberto Passeri e Bruno Passeri.

 

 

IMPRESSÕES

Preciso confessar que, inicialmente, eu tive um impacto extremamente negativo e já me deu vontade de simplesmente parar e desistir. Em uma viagem com o marido no deserto do Atacama (norte do Chile) em 04/01/2007, reclamando de andar em grupo, chamou o grupo de “bando de otários”, reclamando do guia estar informando e ensinando assuntos relacionados ao local da expedição turística, e ainda dizer que “Aí não dá pra não reclamar, entendeu? Eu acho que a reclamação é um movimento otimista.” Isso tudo já causa uma má impressão em qualquer pessoa madura e com bom senso, por mais que a pessoa seja muito fora dos padrões, como eu. De qualquer forma, é sobre Fernanda Young, todos sabemos o quão excêntrica e sincera ela SEMPRE foi, o que no final das contas é muito mais positivo do que negativo.

 

Pôster de divulgação

 

Muito bom, mesmo, o formato feito no longa e o longa em si. Muitas gravações da Fernanda em programas de TV e algumas lembranças da série “Os Normais”, a qual Fernanda roteirizou junto de seu marido, Alexandre Machado, todos os 71 episódios. Também foram utilizados trechos, com a voz/leitura da própria Fernanda, de suas obras, várias delas, e muito do acervo da Globo, mostrando entrevistas e apresentações.

Ela foi uma pessoa muito complexa e complexada. Fernanda Young era, como ela mesma dizia, uma pessoa abertamente sincera, pois ela dizia que a verdade não era só importante e necessária, mas que era permanente, “(…) omitir é para os fracos”. Ela dizia muito também que lutava pelo amor, porque no amor todos são iguais, todos simplesmente amam.

Cena do filme – Colagens apresentando as ideias de Fernanda

 

Ela terminou seu ensino médio (2º grau, na época) com 23 anos por meio de um supletivo de 6 meses, já que, ao encerrar o fundamental, ela largou a escola para se dedicar aos seus projetos e trabalhos pessoais.

Fernanda teve muitas dificuldades durante a vida por conta de sua absurda dislexia, que era tão exageradamente forte que era perceptível só de ouvi-la falar. Essa dislexia fez com que ela demorasse tempo demais para aprender a escrever, algo que a mãe dela, Leila Quintanilha, teve extrema e necessária paciência para ajudar. Aparentemente essa dificuldade a fez desistir dos estudos e se dedicar aos seus trabalhos pelo menos até os 23 anos de idade.

 

Cena do filme – Desenho feito por Fernanda, representando um ser que é masculino e feminino

CONCLUSÃO

Eu me considero uma pessoa excêntrica, mais porque eu fui convencido que sou pelas pessoas nos meus ambientes durante a vida, mas a Fernanda Young… Ela é, como diriam, outro patamar, é o próximo nível, e isso foi muito bem aproveitado por ela e por pessoas próximas a ela.

É um documentário sobre a escritora, um muito bom e muito bonito. É uma homenagem e lembrança que com certeza serve e servirá de exemplo e inspiração para muitos artistas, e não só brasileiros.

“Ser medíocre é viver na zona franca da existência.”
Nota: 8/10

 

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